quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cardeais do Vaticano reconhecem milagre de Irmã dulce




Até o início do Tempo do Advento, o Brasil deve oferecer mais um exemplo de vida santa ao mundo. O processo de beatificação da Irmã Dulce passa agora para a análise do Papa Bento XVI.

Nesta terça-feira, 26, o Arcebispo de São Salvador da Bahia, Dom Geraldo Majella Agnelo, foi informado pelo Vaticano que os cardeais foram unânimes em reconhecer o milagre atribuído a intercessão de Irmã Dulce.

Conhecida como o “anjo bom da Bahia”, Irmã Dulce era um exemplo de vida cristã. Em abril de 2009, foram reconhecidas suas virtudes heróicas e ela foi declarada venerável pelo Vaticano. Em junho de 2010, seu corpo foi exumado e transferido junto às suas relíquias, últimos atos antes da beatificação.

Reconhecimento do milagre para a beatificação

Dom Geraldo explica que primeiramente a graça obtida pela intercessão da Irmã Dulce em 2003 foi examinada no Brasil, e reconhecida pelos peritos médicos com um caso que não pode ser explicado pelos meios da ciência.

O caso de um possível milagre foi encaminhado então para a Congregação para as Causas dos Santos. “Os peritos examinaram detidamente e reconheceram por unanimidade que se tratava de um caso extraordinário de cura”, esclarece o arcebispo. O resultado da perícia foi passado aos cardeais de Roma que também foram unânimes em reconhecer o caso como um verdadeiro milagre. “Agora o que falta é o decreto do Santo Padre para que ela seja beatificada”, elucida Dom Geraldo.

Logo após saber das novidades do processo de beatificação da religiosa, o Arcebispo de São Salvador da Bahia concedeu uma coletiva de imprensa e notificou os fiéis. “Não há duvida que toda Bahia conhece Irmã Dulce. Imediatamente ouve a reação do povo que correu para a igreja e seu túmulo”, conta o arcebispo.

Foram notificadas muitas graças obtidas às obras da Irmã e que agora estão sendo examinadas para serem encaminhadas para o processo de canonização.

Uma vida dedicada à caridade

Irmã Dulce, que ao nascer recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, era filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes.

Em 8 de fevereiro de 1933, logo após se formar professora, Maria Rita entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Em 15 de agosto de 1934, aos 20 anos de idade, foi ordenada freira, recebendo o nome de Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.

Por cerca de 10 anos, a religiosa andou pelas ruas da cidade com seus pobres sem encontrar morada fixa. Permaneceu com eles, até mesmo, nas escadas da Igreja do Bonfim e o lugar que deu origem às suas obras sociais foi um galinheiro. “Viveu de modo heróico as virtudes cristãs especialmente a caridade para com os semelhantes, principalmente para com os que mais sofrem – os doentes e os pobres – dando-lhes uma atenção e cuidado extraordinário durante toda a sua vida”, ressalta Dom Geraldo.

Irmã Dulce faleceu em 13 de março de 1992. Suas obras sociais alcançam hoje todo o estado.

No memorial dedicado à religiosa podem ser vistas fotos, relíquias como o seu leito de morte e a cadeira em que dormiu por 30 anos, para cumprir uma promessa. Meses antes de sua morte o médico que a acompanhava deu ordens expressas para que voltasse a dormir na cama, devido a debilidade de sua doença.

sábado, 23 de outubro de 2010

Mensagem do Papa Bento XVI para o 84º Dia Mundial das Missões


Prezados irmãos e irmãs!

Com a celebração do Dia Missionário Mundial, o mês de outubro oferece às comunidades diocesanas e paroquiais, aos institutos de vida consagrada, aos movimentos eclesiais, a todo o Povo de Deus, a ocasião para renovar o compromisso de anunciar o Evangelho e dar às atividades pastorais um ímpeto missionário mais amplo. Este encontro anual convida-nos a viver intensamente os percursos litúrgicos e catequéticos, caritativos e culturais, mediante os quais Jesus Cristo nos convoca à mesa da sua Palavra e da Eucaristia, para saborear o dom da sua presença, formar-nos na sua escola e viver cada vez mais conscientemente unidos a Ele, Mestre e Senhor. É Ele mesmo quem nos diz: "Aquele que me ama será amado por meu Pai: Eu o amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14, 21). Só a partir deste encontro com o amor de Deus, que muda a existência, podemos viver em comunhão com Ele e entre nós, e oferecer aos irmãos um testemunho credível, explicando a razão da nossa esperança (cf. 1 Pd 3, 15). Uma fé adulta, capaz de se confiar totalmente a Deus com atitude filial, alimentada pela oração, pela meditação da Palavra de Deus e pelo estudo das verdades da fé, é uma condição para poder promover um novo humanismo, fundamentado no Evangelho de Jesus.

Além disso, em outubro, em muitos países retomam-se as várias atividades eclesiais depois da pausa de verão, e a Igreja convida-nos a aprender de Maria, mediante a oração do Santo Rosário, a contemplar o desígnio de amor do Pai sobre a humanidade, para a amar como Ele a ama. Não é porventura este o sentido da missão?

Com efeito, o Pai chama-nos a ser filhos amados no seu Filho, o Amado, e a reconhecer-nos todos irmãos naquele que é dom de salvação para a humanidade dividida pela discórdia e pelo pecado, e revelador do verdadeiro rosto daquele Deus que "amou de tal modo o mundo, que lhe deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16).

"Queremos ver Jesus" (Jo 12, 21) é o pedido que, no Evangelho de João, alguns gregos que chegaram a Jerusalém para a peregrinação pascal, dirigem ao apóstolo Filipe. Ele ressoa também no nosso coração neste mês de outubro, que nos recorda como o compromisso do anúncio evangélico compete a toda a Igreja, "missionária por sua própria natureza" (Ad gentes, 2), convidando-nos a tornarmo-nos promotores da novidade de vida, feita de relacionamentos autênticos, em comunidades fundadas no Evangelho. Numa sociedade multiétnica que experimenta cada vez mais formas preocupantes de solidão e de indiferença, os cristãos devem aprender a oferecer sinais de esperança e a tornar-se irmãos universais, cultivando os grandes ideais que transformam a história e, sem falsas ilusões nem medos inúteis, comprometer-se para fazer com que o planeta seja a casa de todos os povos.

Como os peregrinos gregos de há dois mil anos, também os homens do nosso tempo, talvez nem sempre conscientemente, pedem aos crentes não só que "falem" de Jesus, mas que "façam ver" Jesus, façam resplandecer o rosto do Redentor em cada ângulo da terra diante das gerações do novo milênio e sobretudo diante dos jovens de cada continente, destinatários privilegiados e agentes do anúncio evangélico. Eles devem sentir que os cristãos levam a Palavra de Cristo porque Ele é a Verdade, porque nele encontraram o sentido, a verdade para a sua vida.

Essas considerações remetem para o mandamento missionário que todos os batizados e a Igreja inteira receberam, mas que não se pode realizar de maneira credível sem uma profunda conversão pessoal, comunitária e pastoral. De fato, a consciência da chamada a anunciar o Evangelho estimula não só cada fiel individualmente, mas todas as comunidades diocesanas e paroquiais a uma renovação integral e a abrir-se cada vez mais à cooperação missionária entre as Igrejas, para promover o anúncio do Evangelho no coração de cada pessoa, de cada povo, cultura, raça, nacionalidade, em todas as latitudes. Esta consciência alimenta-se através da obra de sacerdotes “fidei donum”, de consagrados, de catequistas, de leigos missionários, numa busca constante de promover a comunhão eclesial, de modo que também o fenômeno da "interculturalidade" possa integrar-se num modelo de unidade, no qual o Evangelho seja fermento de liberdade e de progresso, fonte de fraternidade, de humildade e de paz (cf. Ad gentes, 8). De fato, a Igreja "é em Cristo como que sacramento, ou seja, sinal e instrumento da união íntima com Deus e da unidade de todo o gênero humano" (Lumen gentium, 1).

A comunhão eclesial nasce do encontro com o Filho de Deus, Jesus Cristo que, no anúncio da Igreja, alcança os homens e cria comunhão com Ele próprio e, por conseguinte, com o Pai e com o Espírito Santo (cf. 1 Jo 1, 3). Cristo estabelece a nova relação entre o homem e Deus. "É Ele quem nos revela "que Deus é caridade" (1 Jo 4, 8) e, ao mesmo tempo, nos ensina que a lei fundamental da perfeição humana e, portanto, da transformação do mundo, é o mandamento novo do amor. Assim, aos que creem no amor divino dá-lhes a certeza de que abrir o caminho do amor a todos os homens e instaurar a fraternidade universal não são coisas vãs" (Gaudium et spes, 38).

A Igreja torna-se "comunhão" a partir da Eucaristia, na qual Cristo, presente no pão e no vinho, com o seu sacrifício de amor edifica a Igreja como seu corpo, unindo-nos ao Deus uno e trino e entre nós (cf. 1 Cor 10, 16ss). Na exortação apostólica “Sacramentum caritatis” escrevi: "Não podemos reservar para nós o amor que celebramos neste sacramento: por sua natureza, pede para ser comunicado a todos. Aquilo de que o mundo tem necessidade é do amor de Deus, é de encontrar Cristo e acreditar nele" (n. 84). Por essa razão a Eucaristia não é só fonte e ápice da vida da Igreja, mas também da sua missão: "Uma Igreja autenticamente eucarística é uma Igreja missionária" (Ibid.), capaz de levar todos à comunhão com Deus, anunciando com convicção: "O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco" (1 Jo 1, 3).

Caríssimos, neste Dia Missionário Mundial no qual o olhar do coração se dilata sobre os imensos espaços da missão, sintamo-nos todos protagonistas do compromisso da Igreja de anunciar o Evangelho. O estímulo missionário foi sempre sinal de vitalidade para as nossas Igrejas (cf. carta encíclica “Redemptoris missio”, 2) e a sua cooperação é testemunho singular de unidade, de fraternidade e de solidariedade, que nos torna críveis anunciadores do Amor que salva!

Por conseguinte, renovo a todos o convite à oração e, não obstante as dificuldades econômicas, ao compromisso da ajuda fraterna e concreta em apoio das jovens Igrejas. Este gesto de amor e de partilha, que o serviço precioso das Pontifícias Obras Missionárias, à qual manifesto a minha gratidão, providenciará à distribuição, apoiará a formação de sacerdotes, seminaristas e catequistas nas terras de missão mais distantes e encorajará as jovens comunidades eclesiais.

Na conclusão da mensagem anual para o Dia Missionário Mundial, desejo expressar, com particular afeto, o meu reconhecimento aos missionários e às missionárias, que testemunham nos lugares mais distantes e difíceis, muitas vezes com a vida, o advento do Reino de Deus. A eles, que representam as vanguardas do anúncio do Evangelho, vai a amizade, a proximidade e o apoio de cada crente. "Deus, que ama quem doa com alegria" (2 Cor 9, 7) os encha de fervor espiritual e de alegria profunda.

Como o "sim" de Maria, cada resposta generosa da comunidade eclesial ao convite divino ao amor dos irmãos suscitará uma nova maternidade apostólica e eclesial (cf. Gl 4, 4.19.26), que deixando se surpreender pelo mistério de Deus amor, o qual, "ao chegar a plenitude dos tempos, enviou o seu Filho, nascido de mulher" (Gl 4, 4), dará confiança e audácia a novos apóstolos. Esta resposta tornará todos os crentes capazes de ser "jubilosos na esperança" (Rm 12, 12) ao realizar o projeto de Deus, que deseja "que todo o gênero humano constitua um só Povo de Deus, se congregue num só Corpo de Cristo, e se edifique num só templo do Espírito Santo" (Ad gentes, 7).

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Arcebispo de Aparecida é nomeado Cardeal


Dom Raymundo Damasceno Assis - Arcebispo de Aparecida; Presidente do CELAM e mais novo Cardeal Brasileiro


O Papa Bento XVI anunciou que o Arcebispo de Aparecida e atual presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) , Dom Raymundo Damasceno Assis, está na lista dos 24 novos cardeais que serão criados no Consistório do próximo dia 20 de novembro.

"Os Cardeais têm a missão de ajudar o Sucessor do Apóstolo Pedro no cumprimento de sua missão de princípio e fundamento perpétuo e visível da comunhão na Igreja (cf. Lumen gentium, n. 18)", explicou o Santo Padre ao fazer o anúncio, logo após a Catequese.

Os novos cardeais provêm de quatro continentes: 15 europeus (incluindo 10 italianos); 4 africanos e americanos, 1 asiático.

Este será o terceiro Consistório do Pontificado de Bento XVI. Os cardeais chegarão a um total de 203, dos quais 121 eleitores. Os integrantes da Cúria Romana nomeados são:

- prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Dom Angelo Amato;
- prefeito da Congregação para o Clero , Dom Mauro Piacenza;
- presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Dom Gianfranco Ravasi;
- penitenciário-mor do Tribunal da Penitenciária Apostólica, Dom Fortunato Baldelli;
- presidente da Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Santa Sé, Dom Velasio De Paolis.
- prefeito do Tribunal da Assinatura Apostólica, Dom Raymond Leo Burke;
- presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Kurt Koch;
- presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, Dom Robert Sarah.

Também receberão o barrete cardinalício:

- pró-patrono da Ordem de Malta, Dom Paolo Sardi;
- Arcipreste da Basílica de São Paulo, Dom Monterisi Francis.

Entre os bispos à frente de dioceses, serão criados cardeais:

- Arcebispo de Palermo, Dom Paolo Romeo;
- Arcebispo de Mônaco da Baviera, Dom Reinhard Marx;
- Arcebispo de Varsóvia, Dom Kazimierz Nycz;
- Arcebispo de Washington, Dom Donald W. Wuerl;
- Arcebispo de Kinshasa, Dom Laurent Monsengwo Pasinya;
- Arcebispo emérito de Lusaka, Dom Medardo Joseph Mazombwe;
- Arcebispo de Colombo, Dom Malcom Ranjith Patabendige Don;
- Arcebispo emérito de Quito, Dom Raúl Eduardo Vela Chiriboga;
- Patriarca de Alexandria dos Coptas, Dom Antonio Naguib.

Finalmente, o Papa também criará quatro cardeais com mais de oitenta anos e, portanto, não-eleitores no conclave. São eles:

- Arcebispo emérito Ordinário Militar da Espanha, Dom José Manuel Estepa Llaurens;
- antigo presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Elio Sgreccia;
- o ex-Maestro Diretor da Capela Musical Pontifícia Sistina, padre Domenico Bartolucci;
- o ex-presidente da Pontifícia Comissão de Ciências Históricas, padre Brandmüller Walter.

"Na lista dos novos Purpurados, reflete-se a universalidade da Igreja; de fato, eles provêm de várias partes do mundo e desenvolvem diferentes tarefas a serviço da Santa Sé ou através do contato direto com o Povo de Deus enquanto Padres e Pastores das Igrejas Particulares. Convido-vos a rezar pelos novos Cardeais, pedindo a particular intercessão da Santíssima Mãe de Deus, a fim de que desenvolvam frutuosamente seu ministério na Igreja", concluiu o Pontífice.
* Com a nomeação de Dom Raymundo , o Brasil passa a ter 9 Cardeais, 5 eleitores e 4 não - eleitores.

Bento XVI nomeia dois novos Bispos para o Brasil


Dom Dirceu Vegini - Eleito Bispo Diocesano de Foz do Iguaçu - PR

Dom Pedro Brito Guimarães - Eleito Arcebispo Metropolitano de Palmas - TO


O Papa Bento XVI anunciou nesta quarta-feira, 20, a nomeação de Dom Pedro Brito Guimarães como o novo arcebispo da Arquidiocese de Palmas, no estado do Tocantins, transferindo-o da diocese de São Raimundo Nonato, no Piauí. A arquidiocese de Palmas estava vacante desde dezembro do ano passado com a transferência de Dom Alberto Taveira para Belém (PA).

Para a diocese de Foz do Iguaçu, no Paraná, Bento XVI nomeou Dom Dirceu Vegini, atualmente bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba (PR). Ele sucede a Dom Laurindo Guizzardi, que teve seu pedido de renúncia aceito pelo Papa por causa da idade, conforme prevê o cânon 401 parágrafo 1º do Código de Direito Canônico.

Dom Pedro Brito, 56, é natural de Eliseu Martins, no Piauí, e foi ordenado bispo de São Raimundo Nonato em 14 de setembro de 2002. Tem doutorado em teologia dogmática pela Universidade Gregoriana, em Roma.

Dom Dirceu tem 58 anos e foi nomeado bispo de Curitiba em março de 2006, recebendo a ordenação episcopal no dia 2 de junho do mesmo ano. Nascido em Massaranduba (SC), Dom Dirceu fez o curso de teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Carta de Bento XVI aos seminaristas do mundo


Queridos Seminaristas,

Em Dezembro de 1944, quando fui chamado para o serviço militar, o comandante de companhia perguntou a cada um de nós a profissão que sonhava ter no futuro. Respondi que queria tornar-me sacerdote católico. O subtenente replicou: Nesse caso, convém-lhe procurar outra coisa qualquer; na nova Alemanha, já não há necessidade de padres. Eu sabia que esta "nova Alemanha" estava já no fim e que, depois das enormes devastações causadas por aquela loucura no país, mais do que nunca haveria necessidade de sacerdotes. Hoje, a situação é completamente diversa; porém de vários modos, mesmo em nossos dias, muitos pensam que o sacerdócio católico não seja uma "profissão" do futuro, antes pertenceria já ao passado. Contrariando tais objeções e opiniões, vós, queridos amigos, decidistes-vos a entrar no Seminário, encaminhando-vos assim para o ministério sacerdotal na Igreja Católica. E fizestes bem, porque os homens sempre terão necessidade de Deus – mesmo na época do predomínio da técnica no mundo e da globalização –, do Deus que Se mostrou a nós em Jesus Cristo e nos reúne na Igreja universal, para aprender, com Ele e por meio d’Ele, a verdadeira vida e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade. Sempre que o homem deixa de ter a noção de Deus, a vida torna-se vazia; tudo é insuficiente. Depois o homem busca refúgio na alienação ou na violência, ameaça esta que recai cada vez mais sobre a própria juventude. Deus vive; criou cada um de nós e, por conseguinte, conhece a todos. É tão grande que tem tempo para as nossas coisas mais insignificantes: "Até os cabelos da vossa cabeça estão contados". Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros. Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir.

O Seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal. Nestas palavras, disse já algo de muito importante: uma pessoa não se torna sacerdote sozinha. É necessária a "comunidade dos discípulos", o conjunto daqueles que querem servir a Igreja de todos. Com esta carta, quero evidenciar – olhando retrospectivamente também para o meu tempo de Seminário – alguns elementos importantes para o vosso caminho a fazer nestes anos.

1. Quem quer tornar-se sacerdote, deve ser sobretudo um "homem de Deus", como o apresenta São Paulo (1 Tm 6, 11). Para nós, Deus não é uma hipótese remota, não é um desconhecido que se retirou depois do "big-bang". Deus mostrou-Se em Jesus Cristo. No rosto de Jesus Cristo, vemos o rosto de Deus. Nas suas palavras, ouvimos o próprio Deus a falar conosco. Por isso, o elemento mais importante no caminho para o sacerdócio e ao longo de toda a vida sacerdotal é a relação pessoal com Deus em Jesus Cristo. O sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer, cujo número de membros se procura manter e aumentar. É o mensageiro de Deus no meio dos homens; quer conduzir a Deus, e assim fazer crescer também a verdadeira comunhão dos homens entre si. Por isso, queridos amigos, é muito importante aprenderdes a viver em permanente contato com Deus. Quando o Senhor fala de "orar sempre", naturalmente não pede para estarmos continuamente a rezar por palavras, mas para conservarmos sempre o contato interior com Deus. Exercitar-se neste contato é o sentido da nossa oração. Por isso, é importante que o dia comece e acabe com a oração; que escutemos Deus na leitura da Sagrada Escritura; que Lhe digamos os nossos desejos e as nossas esperanças, as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos erros e o nosso agradecimento por cada coisa bela e boa, e que deste modo sempre O tenhamos diante dos nossos olhos como ponto de referência da nossa vida. Assim tornamo-nos sensíveis aos nossos erros e aprendemos a trabalhar para nos melhorarmos; mas tornamo-nos sensíveis também a tudo o que de belo e bom recebemos habitualmente cada dia, e assim cresce a gratidão. E, com a gratidão, cresce a alegria pelo fato de que Deus está perto de nós e podemos servi-Lo.

2. Para nós, Deus não é só uma palavra. Nos sacramentos, dá-Se pessoalmente a nós, através de elementos corporais. O centro da nossa relação com Deus e da configuração da nossa vida é a Eucaristia; celebrá-la com íntima participação e assim encontrar Cristo em pessoa deve ser o centro de todas as nossas jornadas. Para além do mais, São Cipriano interpretou a súplica do Evangelho "o pão nosso de cada dia nos dai hoje" dizendo que o pão "nosso", que, como cristãos, podemos receber na Igreja, é precisamente Jesus eucarístico. Por conseguinte, na referida súplica do Pai Nosso, pedimos que Ele nos conceda cada dia este pão "nosso"; que o mesmo seja sempre o alimento da nossa vida, que Cristo ressuscitado, que Se nos dá na Eucaristia, plasme verdadeiramente toda a nossa vida com o esplendor do seu amor divino. Para uma reta celebração eucarística, é necessário aprendermos também a conhecer, compreender e amar a liturgia da Igreja na sua forma concreta. Na liturgia, rezamos com os fiéis de todos os séculos; passado, presente e futuro encontram-se num único grande coro de oração. A partir do meu próprio caminho, posso afirmar que é entusiasmante aprender a compreender pouco a pouco como tudo isto foi crescendo, quanta experiência de fé há na estrutura da liturgia da Missa, quantas gerações a formaram rezando.

3. Importante é também o sacramento da Penitência. Ensina a olhar-me do ponto de vista de Deus e obriga-me a ser honesto comigo mesmo; leva-me à humildade. Uma vez o Cura d’Ars disse: Pensais que não tem sentido obter a absolvição hoje, sabendo entretanto que amanhã fareis de novo os mesmos pecados. Mas – assim disse ele – o próprio Deus neste momento esquece os vossos pecados de amanhã, para vos dar a sua graça hoje. Embora tenhamos de lutar continuamente contra os mesmos erros, é importante opor-se ao embrutecimento da alma, à indiferença que se resigna com o fato de sermos feitos assim. Na grata certeza de que Deus me perdoa sempre de novo, é importante continuar a caminhar, sem cair em escrúpulos, mas também sem cair na indiferença, que já não me faria lutar pela santidade e o aperfeiçoamento. E, deixando-me perdoar, aprendo também a perdoar aos outros; reconhecendo a minha miséria, também me torno mais tolerante e compreensivo com as fraquezas do próximo.

4. Mantende em vós também a sensibilidade pela piedade popular, que, apesar de diversa em todas as culturas, é sempre também muito semelhante, porque, no fim de contas, o coração do homem é o mesmo. É certo que a piedade popular tende para a irracionalidade e, às vezes, talvez mesmo para a exterioridade. No entanto, excluí-la, é completamente errado. Através dela, a fé entrou no coração dos homens, tornou-se parte dos seus sentimentos, dos seus costumes, do seu sentir e viver comum. Por isso a piedade popular é um grande patrimônio da Igreja. A fé fez-se carne e sangue. Seguramente a piedade popular deve ser sempre purificada, referida ao centro, mas merece a nossa estima; de modo plenamente real, ela faz de nós mesmos "Povo de Deus".

5. O tempo no Seminário é também e sobretudo tempo de estudo. A fé cristã possui uma dimensão racional e intelectual, que lhe é essencial. Sem tal dimensão, a fé deixaria de ser ela mesma. Paulo fala de uma "norma da doutrina", à qual fomos entregues no Batismo (Rm 6, 17). Todos vós conheceis a frase de São Pedro, considerada pelos teólogos medievais como a justificação para uma teologia elaborada racional e cientificamente: "Sempre prontos a responder […] a todo aquele que vos perguntar 'a razão' (logos) da vossa esperança" (1 Ped 3, 15). Adquirir a capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos de Seminário. Tudo o que vos peço insistentemente é isto: Estudai com empenho! Fazei render os anos do estudo! Não vos arrependereis. É certo que muitas vezes as matérias de estudo parecem muito distantes da prática da vida cristã e do serviço pastoral. Mas é completamente errado pôr-se imediatamente e sempre a pergunta pragmática: Poderá isto servir-me no futuro? Terá utilidade prática, pastoral? É que não se trata apenas de aprender as coisas evidentemente úteis, mas de conhecer e compreender a estrutura interna da fé na sua totalidade, de modo que a mesma se torne resposta às questões dos homens, os quais, do ponto de vista exterior, mudam de geração em geração e todavia, no fundo, permanecem os mesmos. Por isso, é importante ultrapassar as questões volúveis do momento para se compreender as questões verdadeiras e próprias e, deste modo, perceber também as respostas como verdadeiras respostas. É importante conhecer a fundo e integralmente a Sagrada Escritura, na sua unidade de Antigo e Novo Testamento: a formação dos textos, a sua peculiaridade literária, a gradual composição dos mesmos até se formar o cânon dos livros sagrados, a unidade dinâmica interior que não se nota à superfície, mas é a única que dá a todos e cada um dos textos o seu pleno significado. É importante conhecer os Padres e os grandes Concílios, onde a Igreja assimilou, refletindo e acreditando, as afirmações essenciais da Escritura. E poderia continuar assim: aquilo que designamos por dogmática é a compreensão dos diversos conteúdos da fé na sua unidade, mais ainda, na sua derradeira simplicidade, pois cada um dos detalhes, no fim de contas, é apenas explanação da fé no único Deus, que Se manifestou e continua a manifestar-Se a nós. Que é importante conhecer as questões essenciais da teologia moral e da doutrina social católica, não será preciso que vo-lo diga expressamente. Quão importante seja hoje a teologia ecumênica, conhecer as várias comunidade cristãs, é evidente; e o mesmo se diga da necessidade duma orientação fundamental sobre as grandes religiões e, não menos importante, sobre a filosofia: a compreensão daquele indagar e questionar humano ao qual a fé quer dar resposta. Mas aprendei também a compreender e – ouso dizer – a amar o direito canônico na sua necessidade intrínseca e nas formas da sua aplicação prática: uma sociedade sem direito seria uma sociedade desprovida de direitos. O direito é condição do amor. Agora não quero continuar o elenco, mas dizer-vos apenas e uma vez mais: Amai o estudo da teologia e segui-o com diligente sensibilidade para ancorardes a teologia à comunidade viva da Igreja, a qual, com a sua autoridade, não é um pólo oposto à ciência teológica, mas o seu pressuposto. Sem a Igreja que crê, a teologia deixa de ser ela própria e torna-se um conjunto de disciplinas diversas sem unidade interior.

6. Os anos no Seminário devem ser também um tempo de maturação humana. Para o sacerdote, que terá de acompanhar os outros ao longo do caminho da vida e até às portas da morte, é importante que ele mesmo tenha posto em justo equilíbrio coração e intelecto, razão e sentimento, corpo e alma, e que seja humanamente "íntegro". Por isso, a tradição cristã sempre associou às "virtudes teologais" as "virtudes cardeais", derivadas da experiência humana e da filosofia, e também em geral a sã tradição ética da humanidade. Di-lo, de maneira muito clara, Paulo aos Filipenses: "Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, nobre e justo, tudo o que é puro, amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor, isto deveis ter no pensamento" (4, 8). Faz parte deste contexto também a integração da sexualidade no conjunto da personalidade. A sexualidade é um dom do Criador, mas também uma função que tem a ver com o desenvolvimento do próprio ser humano. Quando não é integrada na pessoa, a sexualidade torna-se banal e ao mesmo tempo destrutiva. Vemos isto, hoje, em muitos exemplos da nossa sociedade. Recentemente, tivemos de constatar com grande mágoa que sacerdotes desfiguraram o seu ministério, abusando sexualmente de crianças e adolescentes. Em vez de levar as pessoas a uma humanidade madura e servir-lhes de exemplo, com os seus abusos provocaram devastações, pelas quais sentimos profunda pena e desgosto. Por causa de tudo isto, pode ter-se levantado em muitos, e talvez mesmo em vós próprios, esta questão: se é bom fazer-se sacerdote, se o caminho do celibato é sensato como vida humana. Mas o abuso, que há que reprovar profundamente, não pode desacreditar a missão sacerdotal, que permanece grande e pura. Graças a Deus, todos conhecemos sacerdotes convincentes, plasmados pela sua fé, que testemunham que, neste estado e precisamente na vida celibatária, é possível chegar a uma humanidade autêntica, pura e madura. Entretanto o sucedido deve tornar-nos mais vigilantes e solícitos, levando precisamente a interrogarmo-nos cuidadosamente a nós mesmos diante de Deus ao longo do caminho rumo ao sacerdócio, para compreender se este constitui a sua vontade para mim. É função dos padres confessores e dos vossos superiores acompanhar-vos e ajudar-vos neste percurso de discernimento. É um elemento essencial do vosso caminho praticar as virtudes humanas fundamentais, mantendo o olhar fixo em Deus que Se manifestou em Cristo, e deixar-se incessantemente purificar por Ele.

7. Hoje os princípios da vocação sacerdotal são mais variados e distintos do que nos anos passados. Muitas vezes a decisão para o sacerdócio desponta nas experiências de uma profissão secular já assumida. Frequentemente cresce nas comunidades, especialmente nos movimentos, que favorecem um encontro comunitário com Cristo e a sua Igreja, uma experiência espiritual e a alegria no serviço da fé. A decisão amadurece também em encontros muito pessoais com a grandeza e a miséria do ser humano. Deste modo os candidatos ao sacerdócio vivem muitas vezes em continentes espirituais completamente diversos; poderá ser difícil reconhecer os elementos comuns do futuro mandato e do seu itinerário espiritual. Por isso mesmo, o Seminário é importante como comunidade em caminho que está acima das várias formas de espiritualidade. Os movimentos são uma realidade magnífica; sabeis quanto os aprecio e amo como dom do Espírito Santo à Igreja. Mas devem ser avaliados segundo o modo como todos se abrem à realidade católica comum, à vida da única e comum Igreja de Cristo que permanece uma só em toda a sua variedade. O Seminário é o período em que aprendeis um com o outro e um do outro. Na convivência, por vezes talvez difícil, deveis aprender a generosidade e a tolerância não só suportando-vos mutuamente, mas também enriquecendo-vos um ao outro, de modo que cada um possa contribuir com os seus dotes peculiares para o conjunto, enquanto todos servem a mesma Igreja, o mesmo Senhor. Esta escola da tolerância, antes do aceitar-se e compreender-se na unidade do Corpo de Cristo, faz parte dos elementos importantes dos anos de Seminário.

Queridos seminaristas! Com estas linhas, quis mostrar-vos quanto penso em vós precisamente nestes tempos difíceis e quanto estou unido convosco na oração. Rezai também por mim, para que possa desempenhar bem o meu serviço, enquanto o Senhor quiser. Confio o vosso caminho de preparação para o sacerdócio à proteção materna de Maria Santíssima, cuja casa foi escola de bem e de graça. A todos vos abençoe Deus onipotente Pai, Filho e Espírito Santo.

Dado no Vaticano, aos 18 de Outubro - Festa de São Lucas, Evangelista - do ano de 2010.

Vosso no Senhor.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Assembleia Diocesana define plano de pastoral e regimentos


No dia 16, realiza-se a assembleia diocesana, reunindo padres, diáconos, seminaristas, religiosos e representantes leigos das comunidades paroquiais, pastorais, movimentos, associações apostólicas, novas comunidades e outros organismos. Presidida pelo bispo diocesano e coordenada pelo Padre Jucimar Bitencourt, a assembleia se realiza no salão social da Paróquia Santa Cruz e São Dimas, em Piracicaba, a partir das 13h30.

O importante evento, que faz parte da Revisão Ampla, vota a redação final do 6º. Plano de Pastoral Diocesano e os regimentos do Conselho Diocesano de Pastoral, do Conselho Regional de Pastoral, do Conselho Paroquial de Pastoral e do Conselho de Assuntos Econômicos Paroquial.

A Revisão Ampla tem o objetivo de fazer uma profunda análise da realidade diocesana, revendo os organismos e estruturas, procurando encontrar rumos para uma ação pastoral mais organizada e eficiente, definindo-se o 6º. Plano de Pastoral. Tem como tema “De fiéis batizados a discípulos missionários” e como lema “Diocese de Piracicaba: escuta, segue e anuncia o Cristo”.

É um processo longo, com o objetivo de se conhecer bem a realidade, respondendo a estas perguntas: Quem somos? O que fazemos? Como fazemos? O que melhorar? Que rumos devemos tomar?

HISTÓRICO – Em 2007, contando com o apoio de Dom Fernando, o coordenador diocesano de pastoral, Padre Jucimar Bitencourt, e os coordenadores das seis regiões pastorais realizaram dois encontros para refletir sobre a caminhada da diocese e propor novos rumos. E assim, no final desse ano, teve início o processo de revisão, quando se realizou um encontro de formação com o tema “Administração paroquial e seus desafios”, tendo como assessor o missionário leigo Aristides Madureira. A partir de então, foi apresentado o projeto de Revisão Ampla, aprovado pelo Conselho Diocesano de Presbíteros.

Foi constituída uma equipe para organizar e dirigir todo o trabalho – o Secretariado Executivo Diocesano de Revisão Ampla – formado pelo bispo diocesano, pelo coordenador diocesano de pastoral, pelos padres coordenadores das regiões pastorais, pelo coordenador dos diáconos permanentes, por um padre religioso e por três leigas. Essa equipe reuniu-se nos dias 23 e 24 de abril de 2008, sob a coordenação do assessor Aristides Madureira, para elaborar o primeiro instrumento de trabalho.

Depois desse encontro, outras reuniões foram realizadas. Ficou decidida a formação de nove comissões de trabalho envolvendo os diversos setores de atuação na diocese. As comissões constituem-se de dez membros cada uma, formadas por padres, diáconos e leigos: Ministérios e vida consagrada; Laicato, vida e família; Animação missionária; Caridade, justiça e paz; Bíblico-catequética; Liturgia; Economia e administração; Cultura, educação e MCS, e Movimentos.

A partir de então, muitas reuniões de estudo e planejamento, pesquisas e assembleias foram realizadas.

ASSEMBLEIAS - A primeira realizou-se de 24 a 26 de outubro de 2008, no Seminário Propedêutico, em Piracicaba, reunindo padres, diáconos, religiosos e leigos integrantes das nove comissões. A assembleia, que foi coordenada pelo Aristides Madureira, fez um diagnóstico profundo das estruturas administrativas e pastorais da diocese, tendo por base um relatório do Secretariado Diocesano da Revisão Ampla, elaborado a partir de uma pesquisa junto aos padres diocesanos.

A assembleia procurou fazer uma avaliação das “forças e debilidades” da nossa diocese, levantando-se os aspectos positivos e fraquezas, numa análise interna da diocese. Também procurou detectar as “oportunidades e ameaças” que se enfrentam, numa análise externa.

O resultado dessa assembleia deu origem a um novo documento que serviu de base para os próximos passos do processo. Uma empresa especializada elaborou um questionário, que foi enviado a todas as comunidades paroquiais, tendo como base 90 perguntas propostas pelas comissões.

Com o resultado dessa pesquisa e as propostas de ação vindas das paróquias e quase-paróquias, elaborou-se novo documento enfocando os temas que denominam as nove comissões de trabalho. Esse documento, que continha propostas a curto, médio e longo prazos, foi discutido e votado na segunda e terceira assembleias.

A segunda assembleia reuniu padres e diáconos no dia 28 de agosto de 2009, no centro pastoral da Paróquia Bom Jesus, em Rio Claro. A terceira se realizou no dia 28 de novembro, no salão social da Paróquia Imaculada Conceição, em Piracicaba, reunindo leigos representantes das paróquias e quase-paróquias, das pastorais, dos movimentos e associações apostólicas, das novas comunidades e outros organismos diocesanos, bem como religiosas que administram quase-paróquias, representantes do núcleo diocesano da CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil e seminaristas diocesanos.

Na maioria das propostas, houve consenso entre as decisões das duas assembleias. Os poucos pontos divergentes foram equacionados pelo Secretário Executivo. Definidas as propostas, elas integram o texto do plano de pastoral, que propõe prioridades a curto, médio e longo prazos, a serem desenvolvidas em 2011, 2012 e 2013; prevê-se para 2014, uma avaliação geral de todo o processo.

Definidas essas propostas, o próximo passo foi a elaboração dos regimentos do Conselho Diocesano de Pastoral, do Conselho Regional de Pastoral, do Conselho Paroquial de Pastoral e do Conselho de Assuntos Econômicos Paroquial. O Secretariado Executivo elaborou o primeiro esboço desses regimentos e encaminhou às paróquias e quase-paróquias; também encaminhou o primeiro esboço dos diretórios para os sacramentos, elaborados pelas comissões de trabalho. Todos esses documentos foram estudados nas comunidades paroquiais que sugeriram emendas. O Secretariado Executivo avaliou essas emendas e as consideradas pertinentes foram acatadas.

Foram então reelaborados os textos dos quatro regimentos e enviados às paróquias e quase-paróquias, aos diáconos permanentes, ao núcleo diocesano da CRB, às pastorais, movimentos e associações apostólicas, e às comissões de trabalho para nova análise e apresentação de emendas. Também foi encaminhado o texto final do plano de pastoral, contendo as prioridades definidas nas segunda e terceira assembleias. As sugestões de emendas ao plano pastoral só podiam corrigir ou melhorar a redação, uma vez que as propostas nele apresentadas foram definidas nas duas assembleias de 2009; já os quatro documentos podiam receber emendas de modificação, acréscimo ou supressão. Encaminhadas ao Secretariado Executivo, as emendas pertinentes foram acatadas, definindo-se os textos a serem discutidos e votados na assembleia.

Quanto aos diretórios para os sacramentos, os textos ainda estão em estudos e a votação ficou para o próximo ano, conforme foi definido na Reunião do Clero do dia 17 de junho.

FINALIZANDO O PROCESSO - No dia 16, realiza-se a Assembleia Diocesana, que define o plano de pastoral e os quatro regimentos. Depois, no dia 17 de dezembro, será realizada uma celebração durante a qual o plano de pastoral será solenemente promulgado, definindo-se os novos rumos da caminhada diocesana.

Para o próximo ano, outros documentos deverão ser votados, finalizando a Revisão Ampla.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Igreja ganha seis novos santos no domingo


Bento XVI preside a cerimônia de canonização de seis beatos neste domingo, 17. A Santa Missa com a Canonização será celebrada no adro da Basílica de São Pedro, às 10h (em Roma - 5h no horário de Brasília).

O Consistório Ordinário Público para as canonizações foi realizado pelo Pontífice no dia 19 de fevereiro deste ano e aconteceu na sala no Consistório do Palácio Apostólico Vaticano, durante a celebração da Hora Sexta (parte da Liturgia das Horas que acontece ao meio-dia).

Os futuros santos são:

- o polonês Stanislaw Soltys Kazimierczyk (1433-1489), sacerdote dos Cônegos Regulares Lateranenses;

- o canadense André Alfred Bessette (1845-1937), religioso da Congregação da Santa Cruz;

- a australiana Mary Hellen Mackillop (1842-1909), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs de São José do Sagrado Coração

- a monja italiana Giulia Salzano (1846-1929), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs Catequistas do Sagrado Coração;

- a monja italiana Battista Camilla da Varano (1458-1524), virgem, da Orden de Santa Clara;

- a espanhola Cândida Maria de Jesus (Juana Josefa) Cipitria y Barriola, virgem, fundadora da Congregação das Filhas de Jesus.

Em seus quase cinco anos de Pontificado, Bento XVI proclamou 28 santos e quase 600 beatos, em sua maioria espanhóis. Até agora, o Papa celebrou sete cerimônias de Canonização, seis no Vaticano e a de Frei Galvão no Brasil, em maio de 2007.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Na casa da Mãe, todo Brasil se encontra, diz Dom Serafim


"Aqui nesta casa da Mãe, todo o Brasil se encontra". Foi o que o arcebispo emérito de Belo Horizonte (MG), Dom Serafim Fernandes, destacou na homilia da Missa na festa da Padroeira do Brasil. A Basílica de Nossa Senhora Aparecida, interior de São Paulo, ficou lotada nesta terça-feira, 12, com fiéis de todo o Brasil que foram demonstrar sua devoção à Nossa Senhora. O Arcebispo de Aparecida (SP), Dom Raymundo Damasceno de Assis, não pôde estar presente, pois participa do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, no Vaticano.

Dom Serafim, recordou a história de Nossa Senhora Aparecida, encontrada por pescadores no Rio Paraíba. E destacou que no ano que o Papa Pio XI a proclamou Padroeira do Brasil, o Pontífice destacou que esse título serviria para "o bem espiritual de todo o povo brasileiro" e para o "aumento de sua devoção à Mãe de Deus".

"[Maria] brilha como modelo de virtude para todas as comunidades dos eleitos. Sua fé viva faz é o modelo da fé que os fiéis precisam ter", destacou o bispo. E complementou: "Em toda vida de humildade da 'Serva do Senhor', desde o dia em que recebeu a saudação do Anjo, até uma vida inteira de serviço amoroso, Maria é o modelo para a Igreja, de serviço, de oração".

E concluiu agradecendo a Nossa Senhora por tantos ensinamentos. "Virgem Mãe de Deus, muito obrigado por tudo".

Participaram da Celebração, autoridades como o candidato à presidência, José Serra, e o governador eleito de SP, Geraldo Alckmin.

Celebrando Nossa Rainha e Padroeira


A Igreja no Brasil celebra, no dia 12 de outubro, a solenidade de Nossa Senhora Aparecida. A devoção popular que se iniciou em 1717, quando a imagem foi encontrada no Rio Paraíba, foi crescendo e atingindo todas as regiões brasileiras, tornando-se o maior movimento religioso do país.

A Mãe de Jesus merece dos cristãos um carinho especial e a devoção por ela se manifesta em todos os lugares, venerada sob os mais diferentes títulos e em muitas igrejas – desde modestas capelas a imponentes santuários. Em nosso país, ela é venerada como Nossa Senhora da Conceição Aparecida, e como rainha e padroeira do Brasil.

Assim nasceu a devoção

A história dessa devoção mariana iniciou-se na segunda quinzena de outubro de 1717. No Porto Itaguaçu, no Rio Paraíba do Sul, três pescadores encontraram o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça; lançada novamente a rede, foi encontrada a cabeça da mesma imagem. Os pescadores – Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves – viram nesse fato um sinal de Deus, devido à pesca abundante que se seguiu.

A imagem foi colocada, no aconchego de um lar humilde, sobre um altar de paus, e o povo se reunia diante dela para rezar o terço e outras orações. Era a casa de Filipe, o mais velho dos pescadores, que conservou a imagem em sua casa por 15 anos. Seu filho Atanásio construiu um pequeno oratório onde as famílias vizinhas se reuniam para rezar. Foi o início de uma devoção que depois se tornaria o maior movimento religioso do país, a devoção à Mãe de Deus, sob o título Nossa Senhora da Conceição, que depois viria a ser conhecida com o acréscimo “Aparecida”, dada a maneira como “apareceu”.

Mais tarde, diante da crescente afluência do povo, a imagem foi transferida para uma capela primitiva, construída no Porto Itaguaçu, marcando o local onde ela foi encontrada. Depois de peregrinar por diversas casas, em 1745 foi levada para uma capela maior. O culto já recebe a aprovação oficial da Igreja.

O Padre José Alves Villela, vigário da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá, decidiu construir essa nova igreja no alto do Morro dos Coqueiros. No dia 25 de julho de 1745, o povo realizou uma grande procissão para levar a imagem da Senhora Aparecida para a nova igreja. No dia seguinte, o Padre Villela abençoava e inaugurava a primeira igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Com essa inauguração, nasciam o santuário e as bases do povoado de Aparecida. Em 1760, a capela foi reformada e recebeu a segunda torre.

Basílica antiga

Como era crescente o número de fiéis que visitava o local, Frei Joaquim do Monte Carmelo resolveu dar a Nossa Senhora uma igreja maior. Ampliou a capela, deu-lhe altares artísticos, mudou o estilo colonial para o barroco, com alguns elementos do neoclássico.

Em 24 de junho de 1888, a nova igreja era solenemente entregue aos seus devotos. Em 1893, recebeu o título de Santuário Episcopal.

Em 1908, Dom Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo, pediu à Santa Sé o título de Basílica Menor para o santuário de Aparecida, a igreja que fica na parte alta e mais antiga da cidade, conhecida como basílica velha. Essa dignidade foi concedida pelo papa São Pio X, em 29 de abril de 1908.

Finalmente, em 1928, a vila que se formou ao redor da capela foi emancipada de Guaratinguetá, tornando-se uma nova cidade, Aparecida do Norte.

Maior santuário mariano

Aparecida torna-se a “capital mariana do Brasil”. A primeira basílica ficou pequena, por isso era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros.

O lançamento da pedra fundamental da nova basílica deu-se no dia 10 de setembro de 1946, mas o início efetivo da construção ocorreu em 11 de novembro de 1955. Com projeto do arquiteto Benedito Calixto de Jesus Neto, a basílica tem a forma de uma cruz grega, com capacidade para abrigar 45 mil peregrinos.

Em 4 de julho de 1980, na primeira visita ao Brasil, o Papa João Paulo II celebrou a cerimônia de consagração da nova igreja, embora inacabada, e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil declarou-a oficialmente Santuário Nacional.

As atividades religiosas no Santuário, em definitivo, passaram a ser realizadas a partir de 3 de outubro de 1982, quando aconteceu a transladação da imagem da antiga basílica para a nova.

O Santuário Nacional é considerado o centro da fé católica no Brasil, recebendo anualmente mais de 7 milhões de fiéis peregrinos. É o maior centro de peregrinação religiosa da América Latina, o maior santuário mariano do mundo, imenso em sua pujante e bela arquitetura, que reflete a grandiosidade do amor e devoção dos brasileiros por sua rainha e padroeira.

A imagem encontrada

A imagem de Nossa Senhora encontrada era pequenina, de terracota, isto é, argila que, depois de modelada, é cozida em forno apropriado, medindo 39 centímetros de altura, incluindo o pedestal. Quando foi pescada, estava, muito provavelmente, sem as cores originais devido aos anos em que esteve mergulhada nas águas e no lodo do rio. Seu estilo é seiscentista, como atestam alguns especialistas. Ainda conforme estudos dos peritos, a imagem foi moldada com argila paulista da região de Santana do Parnaíba, situada na Grande São Paulo.

A cor acanelada com que hoje é conhecida deve-se ao fato de ter sido exposta, durante anos ao calor das chamas das velas e dos candeeiros. A partir de 8 de setembro de 1904, quando foi coroada, a imagem passou a usar oficialmente a coroa e o manto azul-marinho, ofertados pela Princesa Isabel.

No dia 16 de maio de 1978, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi alvo de um atentado que a reduziu em 165 pedaços. Mas foi totalmente reconstituída graças ao trabalho competente da artista plástica Maria Helena Chartuni, na época restauradora do Museu de Arte de São Paulo.

Coroação de Nossa Senhora

Em 1901, os bispos da Província Eclesiástica Meridional do Brasil, acatando a ideia de Dom Joaquim Arcoverde, arcebispo do Rio de Janeiro, formalizaram pedido ao papa para a coroação da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Em fevereiro de 1904, o Papa Pio X, traduzindo o sentimento do povo e atendendo ao pedido de Dom Joaquim Arcoverde, feito em nome do episcopado brasileiro, autorizou, como era usual na Igreja para imagens e quadros insignes, a coroação solene da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Assim, no dia 8 de setembro, Dom José de Camargo Barros, bispo de São Paulo, coroou solenemente a imagem da Padroeira do Brasil, com a coroa doada pela Princesa Isabel. A cerimônia contou com a presença do Núncio Apostólico, Dom Júlio Tonti, numerosos sacerdotes, religiosos e milhares de romeiros. Em seguida, foi inaugurado o monumento à Imaculada Conceição em comemoração aos 50 anos do dogma da Imaculada Conceição (proclamado pelo Papa Pio IX em 8 de dezembro de 1854).

Em 1930, o Papa Pio XI reconheceu, por decreto, de forma oficial, a Virgem Aparecida como “Rainha e Padroeira do Brasil”. No dia 17 de julho, atendendo ao pedido dos bispos brasileiros, o papa assinou o Decreto de Proclamação de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil.

Em 1931, no dia 16 de julho, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, o presidente Getúlio Vargas, acompanhado de todo o seu ministério, autoridades diplomáticas, civis, militares e eclesiásticas e de uma grande multidão de fiéis, comemoraram solenemente Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.

NOVA COROA - No dia 8 de setembro de 2004, o Santuário Nacional de Aparecida viveu uma grande celebração, comemorando os 150 anos de proclamação do dogma da Imaculada Conceição e os 100 anos da coroação de Nossa Senhora Aparecida. Nessa celebração, a imagem da Padroeira do Brasil recebeu uma nova coroa, confeccionada em ouro e pedras preciosas.

Ela foi desenvolvida pela “designer” mineira Lena Garrido, em parceria com Débora Camisasca, que venceram o “Concurso Nacional para o Centenário da Coroação de Nossa Senhora Aparecida”. Foi confeccionada em ouro e pedras preciosas, em projeto financiado pela Ajoresp – Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do Noroeste Paulista.

A antiga coroa, doada pela Princesa Isabel, foi restaurada e é conservada no Museu do Santuário, sendo utilizada apenas em ocasiões especiais.

A nova coroa foi escolhida entre cinco por uma comissão formada por 12 jurados; também se levou em consideração um voto do júri popular, que expressou a preferência entre 63.870 fiéis. As cinco coroas que foram propostas à votação eram protótipos, apenas a vencedora foi feita de ouro e pedras preciosas. Mas os cinco protótipos, em prata, passaram a fazer parte do acervo do Museu Nossa Senhora Aparecida, onde podem ser vistos pelos devotos.

Rosa de Ouro

A Rosa de Ouro é um presente oferecido pelo papa para honrar e distinguir pessoas que contribuíram com ações que beneficiaram o bem comum, para condecorar cidades que se destacaram na manifestação da fé católica ou ainda para realçar santuários que se tornaram centro de peregrinação e irradiação de profunda espiritualidade.

O Brasil já foi agraciado com três Rosas de Ouro: em 1888, o Papa Leão XIII concedeu à Princesa Isabel, por ter abolido a escravatura no país; as outras duas foram ao Santuário de Aparecida.

Em 1967, o Papa Paulo VI concedeu Rosa de Ouro por ocasião dos 250 anos do encontro da imagem. Em agosto daquele ano, o Cardeal Amleto Giovanni Cicognani entregava ao Santuário de Aparecida uma Rosa de Ouro, confeccionada pelo artista plástico Mário de Marchis, com um recado do Papa Paulo VI: “Dizei a todos os brasileiros, Senhor Cardeal, que esta flor é a expressão mais espontânea do afeto que temos por esse grande povo, que nasceu sob o signo da Cruz. No Santuário de Nossa Senhora Aparecida, ela dará testemunho de nossa constante oração à Virgem Santíssima para que interceda junto de seu Filho pelo progresso espiritual e material do Brasil”.

Em 15 de agosto, o Legado Pontifício, no interior da nova basílica, entregou ao Cardeal Motta a oferta do papa. Era um presente de aniversário pelos 250 anos do encontro da imagem da Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul.

A terceira Rosa de Ouro foi oferecida também ao santuário pelo Papa Bento XVI, em sua viagem ao Brasil em maio de 2007. Numa plaquetinha está gravado que o papa, com muito amor, oferece a Rosa de Ouro à Virgem Maria de Aparecida, a padroeira da nação brasileira.

Os papas e a padroeira

Na história, sempre encontramos provas da predileção dos Santos Padres por Nossa Senhora Aparecida.

Leão XIII, em 1895, concede licença para que sua festa seja celebrada no primeiro domingo de maio.

Pio X assina o decreto da Coroação em 1904 e o da dignidade de Basílica Menor em 1908.

Pio XI declara Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil em 1930.

Pio XII, em 1958, eleva Aparecida a arquidiocese.

Paulo VI, em 1967, presenteia Nossa Senhora com a Rosa de Ouro.

João Paulo II, em 1980, consagra a nova basílica.

Bento XVI em 2007 também presenteia com a Rosa de Ouro.

Entre os devotos, a família real

A história em torno da devoção nacional a Nossa Senhora Aparecida inclui até a família real brasileira. No dia 20 de agosto de 1822, o príncipe Dom Pedro I foi rezar na antiga capela de Nossa Senhora Aparecida, para ter sucesso na solução de problemas políticos que, poucos dias depois, desaguariam na proclamação da Independência.

O imperador Dom Pedro II e a imperatriz D. Teresa Cristina estiveram em 1843 e em 1865 na capela de Aparecida, para rezar diante da imagem.

Também a Princesa Isabel lá esteve com seu marido, o Conde D’Eu, em 1868, para pedir a graça de um herdeiro para o trono. Naquela ocasião, doou à imagem de Nossa Senhora Aparecida um riquíssimo manto azul-marinho, simbolizando o céu estrelado brasileiro, enfeitado com 21 brilhantes, representando as 20 províncias do império e a capital.

Em 1884, a princesa voltou a Aparecida para agradecer a Nossa Senhora os benefícios recebidos, acompanhada do marido e de seus três filhos, os príncipes Pedro, Luís e Antônio. Desta vez, ela levou para a imagem uma belíssima coroa de ouro, cravejada de brilhantes (24 maiores e 16 menores) que serviu, em 1904, para a coroação solene da imagem.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Papa nomeia novo Bispo para o Brasil



O Santo Padre nomeou como Bispo de Sobral (CE) o padre Odelir José Magri, M.C.C.J., até então Vigário-Geral dos padres Combonianos em Roma.

Padre Odelir José Magri, M.C.C.J., nasceu em 18 de abril de 1963, na cidade de Campo Erê, Diocese de Chapecó (Santa Catarina). Após os estudos preparatórios, em 26 de junho de 1988, emitiu a profissão religiosa na Congregação dos Missionários Combonianos do Sagrado Coração de Jesus. Completou os estudos de Filosofia e Teologia em Paris (1988-1992), obtendo a licenciatura em Filosofia. Frequentou o curso quadrienal para Formadores dos Seminários, organizado em São Paulo em colaboração com a Pontifícia Universidade Gregoriana.

Em 18 de outubro de 1992, recebeu a ordenação sacerdotal. Entre 1992 e 1996, desempenhou o ministério sacerdotal em Congo Kinshasa (República Democrática do Congo), onde, em 1996, foi formador dos Postulantes.

De volta ao Brasil, em São Paulo, foi Formador Escolástico e Pároco (1997-1999); Conselheiro Provincial (1999-2001); Padre Mestre do Noviciado de Contagem (Belo Horizonte-MG) e Superior da Comunidade (2000-2003); Vice-Superior Provincial (2002-2003).

Desde 2003 é Assistente-Geral da Congregação em Roma e, desde 2009, Vigário-Geral dos Combonianos.

domingo, 10 de outubro de 2010

Bento XVI preside Missa de abertura do Sínodo para o Oriente Médio





O Papa Bento XVI presidiu a Missa de abertura dos trabalhos do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, neste domingo, 14, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Em sua homilia, destacou a dimensão “prevalentemente pastoral” desta assembleia, mas reconheceu que “não se possa ignorar a delicada e muitas vezes dramática situação social e política de alguns países”.

“Viver dignamente na sua própria pátria é um direito fundamental”, disse o Papa, se referindo a situação dos católicos da Terra Santa e dos palestinianos em geral. Pelo que “há que favorecer condições de paz e de justiça, indispensáveis para um desenvolvimento harmonioso de todos os habitantes da região”.

Bento XVI congratulou-se por “ver reunidos, pela primeira vez, numa Assembleia sinodal, à volta do Bispo de Roma e Pastor da Igreja universal” os Bispos do Médio Oriente.

“Antes de mais, elevamos a nossa ação de graças ao Senhor da história, por ter permitido que, não obstante vicissitudes por vezes difíceis e tormentosas, o Oriente Médio tenha sempre visto, desde os tempos de Jesus até hoje, a continuidade da presença dos cristãos. Naquelas terras, a única Igreja de Cristo exprime-se na variedade de tradições litúrgicas, espirituais, culturais e disciplinares das seis veneradas Igrejas Orientais Católicas sui júris, como também na tradição latina”, ressaltou.

Refletindo sobre as leituras da Missa deste domingo, o Papa recordou o projeto divino de salvação, numa “pedagogia” que iniciou com a “mediação do povo de Israel, que se tornou depois a de Jesus Cristo e da Igreja”, como “porta”, “passagem definitiva e necessária”.

A “terra” da liberdade e da paz, à qual o Deus de Abraão, Isaac e Jacob quer conduzir o seu Povo, esta “terra” não é deste mundo. “Todo o desígnio divino excede a história, mas o Senhor quer construí-lo com os homens e para os homens, a partir das coordenadas de espaço e de tempo em que eles vivem”, sublinhou o Papa.

“Dessas coordenadas faz parte, com a sua especificidade, aquilo que chamamos o Oriente Médio”, explicou: “É a terra de Abraão, de Isaac e de Jacob; a terra do Êxodo e do regresso do exílio; a terra do Templo e dos Profetas; a terra em que o Filho Unigênito nasceu de Maria, ali viveu, morreu e ressuscitou; é o berço da Igreja, constituída para levar o Evangelho de Cristo até aos confins do mundo. Também nós, como crentes, é nesta ótica que olhamos para o Oriente Médio, na perspectiva da história da salvação. A ótica interior que me guiou nas viagens apostólicas à Turquia, à Terra Santa – Jordânia, Israel, Palestina – e a Chipre, onde pude conhecer de perto as alegrias e as preocupações das comunidades cristãs”.

Olhar para este parte do mundo na perspectiva de Deus – prosseguiu o Papa – significa reconhecer nela o “berço” de um projeto universal de salvação no amor, um mistério de comunhão que se concretiza na liberdade, requerendo portanto dos homens uma resposta.

A Igreja é constituída para ser, no meio dos homens, sinal e instrumento do único e universal projeto salvífico de Deus. "E cumpre esta missão sendo, simplesmente, ela mesma, isto é, “comunhão e testemunho”, como reza o tema desta assembleia sinodal. Esta comunhão é a própria vida de Deus. A Igreja vive sempre daquela força que a fez partir e a faz crescer: do fogo e da luz do Espírito Santo. O Pentecostes é um dinamismo permanente na vida da Igreja. E este Sínodo é um momento privilegiado para que se renova no caminho da Igreja a graça do Pentecostes".

“O objetivo desta assembleia sinodal é prevalentemente pastoral. Embora não podendo ignorar a delicada e por vezes dramática situação social e política de alguns países, os Pastores das Igrejas no Médio Oriente desejam concentrar-se sobre os aspectos próprios da sua missão. (...) Sob a guia do Espírito Santo, reavivar a comunhão da Igreja Católica no Oriente Médio. Antes de mais no interior de cada Igreja, entre todos os seus membros (…_ E, depois, também nas relações com as outras Igrejas”, destacou Bento XVI.

Mas os trabalhos deste Sínodo referem-se também ao “testemunho” dos cristãos - a nível pessoal, familiar e social -, nomeadamente os da Terra Santa. Que esses fiéis sintam a alegria de viver na Terra Santa, terra abençoada pela presença e pelo mistério pascal do Senhor Jesus.

“Não obstante as dificuldades, os cristãos da Terra Santa são chamados a reavivar a consciência de serem pedras vivas da Igreja no Oriente Médio, junto dos Lugares santos da nossa salvação. Contudo, viver de modo digno na sua própria pátria é antes de mais um direito humano fundamental: portanto, há que favorecer as condições de paz e de justiça, indispensáveis para um desenvolvimento harmonioso de todos os habitantes da região. Portanto, todos estão chamados a dar o seu próprio contributo: a comunidade internacional, apoiando um caminho fiável, leal e construtivo em direção à paz; e as religiões mais presentes na região, promovendo os valores espirituais e culturais que unem os homens e excluem qualquer expressão de violência”.

Papa recomenda oração do Santo Rosário a fiéis


"O Rosário é oração bíblica, toda tecida de Sagrada Escritura. É oração do coração, em que a repetição da Ave Maria orienta o pensamento e o afeto para Cristo, tornando-se súplica confiante na sua e nossa Mãe", explicou o Papa Bento XVI na mensagem antes da oração do Ângelus, no Vaticano.

O Santo Padre recordou que Outubro é chamado “o mês do Rosário”, e que somos convidados a deixar-nos “guiar por Maria nesta oração antiga e sempre nova”, que “nos conduz diretamente a Jesus, contemplado os seus mistérios de salvação”.

O Papa destacou também a presença dos Líderes das Igrejas Orientais, em Roma, para participarem na assembleia sinodal. "Uma realidade diferente, onde a única Igreja de Cristo se exprime em toda a riqueza das suas antigas tradições", destacou.

“Nestes países, infelizmente marcados por profundas divisões e dilacerados por conflitos que duram há muito tempo, a Igreja é chamada a ser sinal e instrumento de unidade e de reconciliação, segundo o modelo da primeira comunidade de Jerusalém, na qual a multidão dos que se tinham tornado crentes tinha um só coração e uma só alma”, disse Bento XVI.

E concluiu confiando à intercessão de Maria o Sínodo para o Oriente Médio. Dentre as saudações em diversos idiomas, não faltou uma em português:

“A minha saudação estende-se a todos os peregrinos de língua portuguesa, em particular aos fiéis cristãos da cidade de Jundiaí, no Brasil, invocando abundantes graças divinas sobre os seus passos para construírem a vida sobre aquela rocha firme que é Cristo vivo na sua Igreja. Deus a todos guarde e abençoe!”

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Causa de beatificação de JPII está em fase crucial, diz postulado


O postulador da causa de beatificação do Papa João Paulo II, padre Slawomir Oder, em visita à Espanha, assegurou que o processo se encontra no momento crucial de investigar os milagres atribuídos à intercessão do querido Pontífice.

Padre Oder apresentou na Espanha o livro sobre João Paulo II: "Por que é santo". E em uma entrevista divulgada pelo jornal La Razón, da Espanha, explicou que a causa não está "bloqueada", mas segue normalmente o processo canônico.

"Chegamos ao fim da primeira fase, relacionada ao heroísmo e às virtudes [de João Paulo II] e, agora temos que empreender o processo dos milagres. Quando terminar, a Igreja já poderá definir o processo para sua beatificação", explicou o postulador.

Desde 2005, o sacerdote é postulador da causa de beatificação de João Paulo II, "a quem conheceu pessoalmente e por quem sente uma grande admiração como se pode comprovar no texto onde aborda sua vida e seus aspectos mais controvertidos", informa o jornal espanhol.

O sacerdote recordou na Espanha que "há duas vias para chegar à santificação. Uma é através do martírio. Nela se proclama diretamente a santidade. A outra via, que é a que está sendo seguida com João Paulo II, é o heroísmo das virtudes, como viveu essa pessoa. É necessário ter a convicção de que essa pessoa é um homem de Deus e deve haver uma opinião difundida e majoritária, expressa por voz do povo de que viveu em santidade. A partir daí se faz um estudo de sua vida e vão se enumerando todas suas virtudes: a fé, a esperança, a caridade, a obediência, a pureza e a humildade".

O Padre Oder sustenta que sempre viveu impactado pela dimensão pastoral do João Paulo II mais que por seu papel na política de seu tempo. "Sempre se comportou como o que era: como um pastor que se ocupava de seus paroquianos. João Paulo II conseguia falar com as massas como se ele se dirigisse pessoalmente a cada uma das pessoas que o escutavam. Tinha um grande carisma e uma grande capacidade de comunicar", indicou.

Do mesmo modo, confirmou que João Paulo II pôs por escrito sua vontade de renunciar a ser Papa em caso de incapacidade física em "um exercício de prudência e responsabilidade. Desta maneira renovava sua aceitação da vontade de Deus e sua disponibilidade total a Cristo e à Igreja".

Entretanto, esclareceu que "nunca perdeu em entendimento. Até o final manteve sua lucidez e sua capacidade de discernimento".

Papa nomeia novo presidente do Pontifício Conselho Cor Unum


O Papa acolheu a renúncia apresentada - por limites de idade - pelo Cardeal Paul Josef Cordes do cargo de presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, comumente conhecido como uma espécie de conselho de caridade do Papa.

O Santo Padre nomeou como sucessor na função o Arcebispo Robert Sarah, até então secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos.

O Cardeal Cordes é natural de Kirchhundem (Alemanha). Nasceu em 5 de setembro de 1934. Em 2 de dezembro de 1995, foi nomeado presidente do Conselho Cor Unum. Foi criado cardeal pelo Consistório convocado por Bento XVI em 24 de novembro de 2007.

Já Dom Sarah é natural de Guiné (África). Nasceu em 15 de junho de 1945. Foi ordenado sacerdote em 1969 e Arcebispo de Conacri em 1979.

Papa aceita renúncia do Prefeito da Congregação para o Clero

Dom Mauro Piacenza - Novo Prefeito da Congregação Para o Clero
Dom Claudio Cardeal Hummes - Arcebispo Emérito de São Paulo e Prefeito Emérito da Congregação para o Clero


Bento XVI acolheu, no dia de hoje, 7, a renúncia apresentada, por limites de idade, pelo cardeal dom Cláudio Hummes, do cargo de prefeito da Congregação para o Clero, no Vaticano.

O papa Bento XVI nomeou como sucessor do brasileiro o arcebispo Mauro Piacenza, até então secretário do mesmo dicastério vaticano.

O cardeal dom Cláudio Hummes, é frade franciscano e nasceu em Montenegro (RS), em 8 de agosto de 1934. Foi o 18º bispo de São Paulo, sendo seu 6º arcebispo e 4º cardeal; é arcebispo emérito de São Paulo.

Em 31 de outubro de 2006, foi nomeado prefeito da Congregação para o Clero, na Cúria Romana.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Papa propõe "recuperar" Terço Diário



CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 6 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - Antes de concluir suas saudações nos diversos idiomas, durante a audiência geral realizada hoje na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI animou os fiéis a "redescobrir" a oração do terço.

"Outubro é o mês do rosário, que nos convida a valorizar essa oração tão querida pela tradição do povo cristão", afirmou o Pontífice, durante sua tradicional saudação aos doentes, jovens e recém-casados.

Recordando que amanhã a Igreja celebrará Nossa Senhora do Rosário, o Papa convidou os jovens a "fazer do terço sua oração de todos os dias".

"Animo-vos, queridos doentes, a crescer, graças à oração do terço, no confiante abandono nas mãos de Deus", prosseguiu.

Aos recém-casados, o Papa concluiu exortando a "fazer do terço uma contemplação constante dos mistérios de Cristo".

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Exemplo do Terço

O EXEMPLO DO TERÇO
Por: Jonas Cunha y Silva














Um senhor, de fé católica, não muito piedosa, sempre andava com um terço pendurado ao cinto da calça, gostava de mostrar o grande terço de pedras negras, aonde ia sempre levava o terço. Seus amigos, parentes e até mesmo quem não o conhecia, o achava um grande homem de oração, muito piedoso, que tinha uma devoção mariana muito exemplar. Todos estavam enganados, aquele homem apenas achava muito bonito andar com aquele grande terço de pedras pendurado ao cinto, sabia o valor dele, mas não usava.
Certo dia, o mesmo senhor, faleceu, como morava sozinho, seu corpo não foi retirado de sua casa. Em seu julgamento no céu, foram pesados em uma balança, todos os pecados e tudo o que aquele homem havia feito de errado aqui nesta terra. Um raio de luz iluminou o grande salão onde acontecia tudo.
Era uma senhora muito bonita, com uma grande coroa na cabeça. Era Maria Santíssima! Que estava naquele lugar, pois sabia que aquele homem precisava de sua ajuda. Nossa Senhora intercedeu por eles, mas todos que assistiam ao julgamento ficaram intrigados, pois aquele homem nunca havia rezado uma Ave-Maria se quer em toda sua vida terrestre.
Mas, Maria Santíssima com sua materna intercessão disse que aquele homem nunca havia rezado uma Ave-Maria se quer, mas que as pessoas ao verem ele com aquele terço amarrado à cintura, enxergavam que estavam afastados de Deus e de Maria Santíssima, e que a partir do exemplo que aquele homem deu, muitos homens, mulheres, idosos e crianças, foram convertidas e passaram a serem fiéis seguidores de Cristo e fervorosos “rezadores” do Santo Terço! Maria Santíssima intercedeu em favor daquele homem, e pediu a Cristo para que desse uma nova chance àquele homem. Cristo como sempre, ouviu o que sua Santíssima Mãe lhe pediu e aquele homem voltou à vida e passou a ser um fiel orante do Santo Rosário.
Moral da História: Aquele homem, mesmo não rezando o terço, dava o exemplo e convertia pessoas, somente com o gesto de andar com o terço amarrado à cintura. Não estou dizendo que é preciso fazer o mesmo, mas que é preciso difundir esta santa devoção que salvará muitas pessoas no dia de seu julgamento!

Nossa Senhora do Rosário! Rogai por nós!
Viva à Cristo Rei!
Vida longa ao Papa!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Igreja inicia o Mês Missionário


Obediente à vontade do Pai, Jesus veio ao mundo para nos salvar e anunciar o Reino de Deus. A missão do Salvador, que encontrou o ápice em sua morte e ressurreição, não se limitava a uma época ou a uma região, e sim a toda a humanidade. Por isso ele deixou o mandamento: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura.” (Mc 16, 15)

A ordem de Jesus é dirigida à Igreja, chamada a continuar sua obra salvadora. Por isso ela é, na sua natureza, missionária, pois foi enviada a pregar o Evangelho a todas as nações, em todos os tempos. Como a Igreja é a comunidade dos batizados, todos os cristãos participam dessa índole missionária.

Quando se fala em missionário, logo vêm à mente aquelas pessoas que deixam sua terra e partem para regiões distantes. Esses são os que assumem a missão de forma radical, mas pelo batismo todos são missionários, convocados a “proclamar o Evangelho a toda criatura”, por palavras e atitudes, semeando no mundo os valores do reino de Deus.

CAMPANHA MISSIONÁRIA - Para conscientizar ainda mais os fiéis sobre essa importante realidade, a Igreja celebra outubro como o Mês Missionário, durante o qual realiza a Campanha Missionária. Promovida pelas Pontifícias Obras Missionárias e pela Comissão para a Ação Missionária da CNBB, a campanha deste ano tem como tema “Missão e partilha” e como lema “Ouvi o clamor do meu povo” (cf. Ex 3,7b). Tem como objetivo despertar o empenho na evangelização universal em todos os setores do Povo de Deus e promover a cooperação espiritual e material, recuperando o espírito de solidariedade e partilha fraterna das primeiras comunidades cristãs.

Dentro dessa campanha, destaca-se o Dia Mundial das Missões, celebrado no penúltimo domingo de outubro, dia 24. Neste dia, todos somos convidados a rezar pelas missões e também a um gesto concreto de fé e partilha, contribuindo de forma generosa com a coleta mundial que se realiza nesse dia.

O Dia das Missões é, em primeiro lugar, um convite a viver intensa, fraternalmente e sem limitações de fronteiras, raças e culturas, a alegria de sermos todos filhos de Deus, num verdadeiro universalismo de solidariedade espiritual e humana. Tem como consequência concreta a solidariedade com as Igrejas mais carentes do mundo. Todos os países, até os mais pobres, dão sua colaboração para este fundo de caridade que traduz, de maneira concreta, a comunhão e a caridade. Todas as contribuições confluem em um único fundo que é repartido conforme as necessidades de cada Igreja pobre.

A celebração da Campanha Missionária é um olhar aberto sobre o mundo, um abraço das Igrejas entre si, das mais ricas e antigas para as mais pobres e novas, segundo o mandato de Cristo. É um convite à oração, à partilha e à reflexão sobre a vocação missionária.