sábado, 28 de agosto de 2010

Celebrando o Dia do Catequista


No último domingo do Mês Vocacional, celebra-se o Dia do Catequista, um dos importantes ministérios leigos. Para comemorar a data, as regiões pastorais da diocese farão celebrações especiais homenageando nossos catequistas.

É com admiração, reconhecimento e gratidão que a Igreja celebra esta festividade. A catequese é o sucesso de Jesus, o bem supremo da Igreja, a humanização e evangelização das pessoas, real colaboração na renovação da sociedade. A catequese é o útero da mãe Igreja, onde o Espírito Santo gera novos cristãos, como gerou Jesus no seio de Maria. Sendo a Igreja Corpo de Cristo, a catequese é seu sangue e vitalidade. Sem o ensino da fé, a igreja fenece. “A catequese é a alma da Igreja”.

Enquanto processo de educação da fé, a catequese começa no ventre materno até à eternidade. A missão do catequista é transmitir a experiência de fé para que seus ouvintes experimentem o fascínio do Evangelho, descubram a beleza da comunidade e se dediquem na transformação da sociedade.

Segundo o Papa Bento XVI, “os catequistas são os colaboradores indispensáveis dos sacerdotes no anúncio do Evangelho. Eles têm uma função essencial, não somente na primeira evangelização e para o catecumenato, mas também na animação e no apoio das vossas comunidades, em linha com os demais agentes pastorais.”

SUBLIME MINISTÉRIO – No Dia do Catequista, somos convidados a homenagear aquelas pessoas que, num testemunho de fé e generosidade, dedicam-se ao sublime ministério de transmitir as verdades divinas a crianças, adolescentes e jovens. A missão dos catequistas é das mais importantes dentro da Igreja, que sempre valorizou esse ministério confiado geralmente aos cristãos leigos.

“O trabalho dos catequistas, muitas vezes humilde e escondido, mas realizado com zelo inflamado e generoso, é uma forma eminente de apostolado leigo, particularmente importante naquelas partes onde, por diversas razões, as crianças e os jovens não recebem no lar formação religiosa conveniente” – ensinava o Papa João Paulo II.

O catequista exerce o serviço da Palavra. Ele fala em nome de Deus e da Igreja. Ele é o comunicador da Boa Nova de Jesus Cristo.

Mensagem aos catequistas

Carta de Dom Eugênio Rixen, presidente da Comissão para
Animação Bíblico-catequética, da CNBB, para os catequistas do Brasil

“Catequista, você é especial para Deus! Sua vocação foi gestada no coração do Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da vida: Jesus Cristo.

O último domingo de agosto é o Dia do Catequista. É com admiração, reconhecimento e gratidão que a Igreja celebra essa festividade. Celebrar o Dia do Catequista é sempre uma graça, motivo de alegria e de reflexão mais profunda sobre o ser do catequista, sua vocação e missão na Igreja e sociedade. Sentimos ainda os “ecos” e a chama da esperança que ardeu em nosso coração com a realização da 3ª Semana Brasileira de Catequese.

Sentimo-nos movidos pela força do Espírito, que nos chama e envia, pelas intuições e propostas do tema da 3ª Semana Brasileira de Catequese: “Iniciação à Vida Cristã”. Nesse Espírito, celebrar o Dia do Catequista tem um significado especial, pois são vocês, catequistas, os protagonistas, aqueles que fazem com que o processo de um novo jeito de fazer catequese seja possível. Portanto confiamos em cada um de vocês, com seus dons partilhados, junto com as forças vivas de toda a Igreja, as comunidades, as pastorais, os movimentos, para que a iniciação à vida cristã seja possível.

Ao celebrar o Dia do Catequista, queremos refletir sobre a vocação do catequista, que é a vocação do profeta, aquele que fala em nome de Deus e da comunidade a que pertence. A iniciativa sempre parte de Deus. O chamado a ser catequista não é algo pessoal, mas obra divina, graça.

A missão do catequista está na raiz da palavra “catequese”, que vem do grego “katechein” e quer dizer fazer eco. Logo, catequista é aquele que se coloca a serviço da Palavra, que se faz instrumento para que a Palavra ecoe. O Senhor chama você para que, através da sua vida, da sua pessoa, da sua comunicação, a Palavra seja proclamada, Jesus Cristo seja anunciado e testemunhado.

Catequista, você não é só transmissor de ideias, conhecimentos, doutrina, pois sua experiência fundante está no encontro pessoal com a pessoa de Jesus Cristo. Essa experiência é comunicada pelo ser, saber e saber fazer em comunidade (DNC 261). O ser e o saber do catequista sustentam-se numa espiritualidade da gratuidade, da confiança, da entrega, da certeza de que o Senhor está presente, é fiel.

Catequista, você é especial para Deus! Sua vocação foi gestada no coração do Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da vida: Jesus Cristo. Sabemos das dificuldades que enfrenta para realizar a sua missão, mesmo assim teimosa e dedicadamente prossegue neste peregrinar de partilha, de despojamento e aprendizagens.

Isso demonstra que você cultiva uma profunda espiritualidade alicerçada na Palavra, nos sacramentos, na vida em comunidade. É a experiência do discípulo-missionário que vai se configurando na sua trajetória de avanços, desafios e alegrias. É a pedagogia divina, que se concretiza na sua vida permeada de fragilidades e grandeza, medos e coragem, humana e humanizadora.

É com a certeza da ação amorosa do Deus da vida que você assume a missão de profeta que ouve o chamado de Deus: “Levanta-te e vai à grande cidade (Jn 1,2). Seu anúncio é traduzido em atitudes proféticas que testemunham os valores evangélicos, é o ser do catequista partilhado na sua inteireza, no serviço generoso, para que o reino aconteça.

Catequista, que a experiência do encontro com Jesus Cristo seja a força motivadora capaz de lhe trazer o encantamento por esse fascinante caminho de discipulado, cheio de desafios que o fazem crescer e acabam gerando profundas alegrias.

Catequista, nesse dia acolha o abraço de gratidão de milhares de pessoas, vidas agradecidas, pela sua presença na educação da fé de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Em sua ação se traduz de uma forma única e original a vocação da Igreja-Mãe que cuida maternalmente dos filhos que gerou na fé pela ação do Espírito.

Querido catequista, parabéns! Que a força da Palavra continue a suscitar-lhe a fé e o compromisso missionário!

Que os sacramentos sejam a fonte inesgotável da misericórdia, da reconciliação, da justiça e do reencantamento.

Que a comunidade continue sendo o referencial da experiência do encontro com Cristo naqueles que sofrem, naqueles que buscam acolhida e necessitam ser “cuidados”.

A bênção amorosa do Pai, que cuida com carinho dos seus filhos e filhas, que um dia nos chamou a viver com alegria a vocação do discípulo missionário, esteja na sua vida, na vida da sua comunidade hoje e sempre.”

Ser catequista: compromisso de amor

Ao assumir o compromisso de transmitir a Boa Nova de Jesus Cristo, de fazer conhecer e de vivenciar a sua mensagem, o catequista precisa conhecer o processo que torna possível a sua missão.

1- Ensinar: não é apenas repassar informações, mas é um processo que envolve preparação e conhecimento da doutrina, da história da Igreja e da História da Salvação. O processo de ensinar na catequese deverá: conduzir o catequizando à descoberta do conhecimento da fé; despertar para a oração, promovendo a intimidade com Cristo; preparar para a vida em comunidade e orientar para ser presença cristã na sociedade; propiciar oportunidades de entender o que é experiência de fé a partir do Evangelho.

2- Aprender: este aprendizado é para ser realizado em grupo, pelo grupo e com o grupo. Esse processo deverá ser gradual. É fazer do conteúdo da catequese elemento essencial e significativo na vida do catequizando para que ele possa: anunciar com clareza (dar a razão de sua fé); celebrar (partilhar a sua experiência de fé na comunidade); viver (colocar em prática o que aprendeu e fazer experiência de conversão); transmitir (iniciar a missão de evangelizar).

3- Sentir: estabelece a relação entre a realidade e as perspectivas apresentadas no Evangelho. Possibilita a intimidade com o Pai e a realização da Profissão de Fé de maneira coerente.

4- Criar: precisamos acreditar para criar condições de divulgar. O criar está ligado à sensibilidade. O olhar atento garante a possibilidade contínua de criar um jeito novo de catequizar e entender os mistérios do Reino.

5- Descobrir: é achar a presença do divino na sua vida, através do diálogo íntimo com Deus, encontrando gratuidade no seu amor e a necessidade de desenvolver os dons, para crescer e amadurecer a sua experiência de comunidade de fé.

6- Experienciar: é a soma das etapas anteriores que culmina na adaptação à vida pessoal.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Debate com presidenciáveis atinge a marca de 100 milhões telespectadores


Cerca de 100 milhões de brasileiros (dados das TVs católicas) acompanharam o primeiro debate promovido pela TV Canção Nova e Rede Aparecida, nesta segunda-feira, 23, com os candidatos a Presidência da República. Estiveram presentes os candidatos José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio Arruda (PSOL). A candidata do (PT), Dilma Rousseff, não confirmou presença afirmando problemas com a agenda.

Serra afirmou que foi um "excelente debate" e pôde "falar com franqueza". Segundo ele, houve divergência e até coincidências de opiniões entre os candidatos, mas "caberá ao eleitor fazer seu julgamento".

A candidata Marina comentou sobre a variedade de temas, os quais lhes permitiram falar sobre assuntos de vários segmentos da sociedade e, assim "ampliar sua visão sobre a proposta dos candidatos, a forma como cada um lida com as questões". Ela afirmou que "defendeu o que acredita", tratando com seriedade os temas.

Plínio disse que a Canção Nova e a Rede Aparecida marcaram um "gol" com esse debate. E elogiou a estrutura do evento, no qual "todos tiveram oportunidades iguais, com o mesmo tempo".

O arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, destacou a Lei do Ficha Limpa e o papel da Igreja no discernimento dos eleitores durante o período que antecede o pleito de outubro.

“É muito positivo que a Igreja tenha iniciativas como essa para auxiliar o eleitor a refletir sobre assuntos que não são destacados em outros debates. Desta forma, nossos eleitores católicos podem ouvir diretamente dos candidatos um posicionamento claro sobre temas que nos preocupam”, disse o cardeal.

Já o arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ) e presidente da Comissão Episcopal para a Educação, Cultura e Comunicação Social, dom Orani João Tempesta avaliou a iniciativa do encontro entre os candidatos e disse que a Igreja apenas cumpre o seu papel de orientar os eleitores para que escolham bem na hora do voto. “A Igreja não apóia o candidato ou partido, mas orienta aos cristãos para que escolham bem as pessoas que serão os nossos futuros representantes”, disse.

Também presente no debate o bispo de Paracatu (MG) e representante da Pastoral do Menor, dom Leonardo de Miranda Pereira, falou sobre sua preocupação com a proteção às cláusulas pétreas e a questão da redução da maioridade penal.

O encontro aconteceu às 22h no auditório da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, e foi transmitido ao vivo para todo o Brasil através das emissoras católica, entre outras emissoras parceiras.

O editor-chefe do telejornal Século News, da TV Século XXI, Martin Andrada, foi um dos debatedores. Ele acredita que a Igreja e seus organismos está sempre engajada em contribuir com a democracia.

“A CNBB sempre teve participação ativa na política brasileira e cada vez mais os católicos estão interessados em refletir e contribuir com os rumos do país”, afirmou.

domingo, 22 de agosto de 2010

22 de Agosto: Nossa Senhora Rainha - Padroeira deste Blog


22 de agosto é uma data significativa para nós do Regina Coeli, pois é dia de Nossa Padroeira: Nossa Senhora Rainha.
Para nós católicos é uma solenidade que nos rejubila, afinal se Nosso Senhor é o Rei do Universo, Nossa Senhora é a Rainha.
Cremos fielmente que Maria foi elevada em Corpo e Alma ao Céu e depois a Santíssima Trindade a coroou como Rainha do Céu e da Terra.
A festa de hoje foi instituída pelo Venerável Pio XII, após a Proclamação do Dogma da Assunção, sendo definida sua festa 8 dias após a festa da Assunção, essa proximidade quer mostrar a estreita união entre a Assunção e a Glorificação de Maria.
A Coroação de Nossa Senhora é o 5º Mistério Glorioso, onde contemplamos a Glorificação de Maria na Glória Celeste.
Na ladainha de Nossa Senhora vemos vários títulos que remetem a Glorificação Plena de Maria: Rainha dos Anjos, Rainha dos Patriarcas, Rainha dos Profetas, Rainha dos Apóstolos, Rainha dos Mártires, Rainha dos Confessores, Rainha das Virgens, Rainha de Todos os Santos, Rainha Concebida sem Pecado Original, Rainha Assunta ao Céu, Rainha do Sacratíssimo Rosário, Rainha da Família, Rainha da Paz, Rainha do Céu, entre tantos outros.
Como rezamos no Salmo 44 (45) “À vossa direita se encontra a Rainha com veste esplendente de ouro de Ofir”. Sabemos que ao lado de Nosso Senhor se encontra Nossa Senhora Rainha
Como é bonita uma religião que tem Maria Santíssima por sua Rainha e Guia.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Paróquia São Joaquim 74 Anos de Evangelização

Logotipo em preparação aos 75 anos de Evangelização em 2011

Igreja Matriz, antes das reformas

Festa do Padroeiro em 1936, no ano de Criação da Paróquia


A Paróquia São Joaquim completa no dia 16/08 do ano corrente, mais um ano de vida e missão, é o seu 74º Aniversário de Criação e Instalação; onde começa a preparação ao Jubileu de 75 anos
A história de nossa Paróquia começa no início do século XX, com a vinda de imigrantes para nossa região; a família Rocha e algumas famílias veem juntas para a até então “Laranja Azeda”, o Sr. Joaquim Raphael da Rocha, patriarca de mesma família, um católico fervoroso, doa terreno para a Cúria de Campinas, para a construção de uma Igreja.
As construções começam, e a Igreja leva o nome de São Joaquim, em homenagem ao Sr. Joaquim Raphael da Rocha, por tão grande graça.
A Igreja era “o ponto de encontro” dos imigrantes, pois anunciava os nascimentos, casamentos e os óbitos. A construção da Igreja esteve finalizada, e eis que não tínhamos mais a “Laranja Azeda” e sim “Gramado”, pertencia ao território da Paróquia São João Batista de Rio Claro.
Os anos vão passando e “Gramado” se torna Distrito de Paz de Santa Gertrudes. Vendo a necessidade do povo, e por ter um território vasto, Dom Francisco de Campos Barreto, Bispo de Campinas, desmembra a Igreja de São Joaquim, da Paróquia São João Batista, criando assim em 16/08/1936, a Paróquia São Joaquim (foi criada como Paróquia Nossa Senhora das Dores, mas com o passar dos anos houve a transferência).
Paróquia criada, mas mesmo assim era um Distrito de Paz, pertencente a Rio Claro, depois de 12 anos de criada a Paróquia São Joaquim, em 1948, Santa Gertrudes consegue sua Emancipação Político – Administrativa, tornando-se Município Independente, com todos os deveres e direitos de municípios. Era pároco na época da Emancipação o Padre Alfredo Fonseca Rodrigues.
Em 1958, o município de Santa Gertrudes, junto com alguns outros, é anexado á Diocese de Piracicaba (que foi criada em 1944), até então pertencente á Arquidiocese de Campinas.
Com a falta de padres diocesanos, a Paróquia é confiada aos Padres Estigmatinos, que cuidam e zelam dela por vários anos, dentre os Padres Estigmatinos que estiveram á frente da Paróquia, destacamos a figura de Dom Antônio Alberto Guimarães Rezende, CSS – Bispo Emérito de Caetité – BA. Com a graça de ter padres diocesanos de volta, a Paróquia é pedida aos Estigmatinos, voltando a ser administrada por padres diocesanos.
Muitos foram os padres que fizeram bastante por nossa Paróquia, entre os quais: Monsenhor Luiz Simioni, Monsenhor Romário Pazzianotto, Padre Querino Volani, que foi o idealizador e construtor da atual Igreja Matriz. Ambos e mais alguns são lembrados com gratidão e respeito, ambos também se encontram na Glória Celeste.
De nossos párocos, lembramos de alguns que por aqui passaram e ainda prestam seu auxílio á Diocese de Piracicaba: Padre José Carlos Pizzonia, Padre José Eduardo Sesso, Padre Rubens Marin.
Padre Rubens dentre seus feitos na Paróquia destacamos: Construção das Salas de Catequese São Tarcísio e do Salão Paroquial São Joaquim, a compra do terreno e início da construção da Capela Santa Catarina.
Padre Sesso dentre seus anos á frente da Paróquia destacamos: Construção da nova casa paroquial.
Nosso atual Pároco, Padre João Carlos da Cunha, fez e continua fazendo muito por nossa Paróquia: reforma da Capela São Joaquim, reforma da Capela São José, reforma e conclusão da Capela Santa Catarina, compra de terreno e construção da nova casa paroquial (para quando a paróquia for desmembrada), compra de terreno para a construção de uma nova capela no Bairro Parque dos Jequitibás, reforma da Igreja Matriz.
Nossa Paróquia completa 74 anos, e em todos esses anos tivemos um único propósito: Evangelizar a Cidade de Santa Gertrudes.
Muitas são as pessoas que auxiliam nesse processo de Evangelização, todos voluntários, membros de diversas pastorais e movimentos, que “doam todo seu tempo” para nossa Paróquia, querendo sempre o melhor de nossos paroquianos.
Com a aproximação dos 75 anos de Evangelização em 2011, foi aberto o ano em preparação ao Jubileu de Nossa Paróquia, um ano cheio de atividades, para que em 16 de agosto de 2011, a festa seja de todos e para todos os paroquianos.
Foi confeccionado um logo para esse ano, onde podemos ver: Paróquia São Joaquim Rumo aos 75 anos de Evangelização. A figura da Capela São Joaquim e de Nosso Padroeiro São Joaquim, e embaixo as datas: 16/08/1936 – 16/08/2011.
Que nesses 74 anos de Evangelização, por intercessão de Nosso Padroeiro São Joaquim, Deus abençoe a todos os paroquianos, agentes de pastoral, padres que já passaram por aqui, o nosso pároco, os que virão de vir, nosso diácono permanente e nossos seminaristas, que sejamos sal e luz no mundo.

domingo, 15 de agosto de 2010

Assunção : Glorificação de Nossa Senhora


No domingo, dia 15, a Igreja celebra a solenidade da Assunção de Nossa Senhora. É uma verdade de fé proclamando que Maria, terminada sua existência terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma. É a festa da glorificação daquela que se fez serva do Altíssimo e que foi por Ele agraciada.

Mulher realizada, plena da graça divina, colaboradora na obra da redenção, Maria tomou parte ativa e intensiva na vida de Jesus, participando na obra da libertação. Como tal, ela atingiu a plenitude humana na salvação. Terminada sua existência terrena, ela foi assunta à glória celestial em corpo e alma, antecipando o que há de acontecer a todos os justos.

Como nos ensina o Papa Paulo VI, no documento “Marialis culto” (n. 7), a assunção de Maria “é a festa do seu destino de plenitude e de bem-aventurança; é a festa da glorificação da sua alma imaculada e do seu corpo virginal; é a festa da sua perfeita configuração com Cristo ressuscitado.” E o saudoso papa afirma:

A solenidade da Assunção proclama a glória daquela que é “modelo de vida cristã, pois toda a sua existência é uma plena comunhão com o Filho, uma entrega total a Deus em todos os seus caminhos, numa união única que culmina na glória.” (Documento 26 da CNBB, n. 233)

A assunção é a digna glorificação da Mãe de Deus. É imagem e modelo da criatura plenamente salva, liberta, realizada. “A assunção manifesta o destino do corpo santificado pela graça, a criação material participando do corpo ressuscitado de Cristo, e a integridade humana, corpo e alma, reinando após a peregrinação da história”. (idem, n. 235)

Proclamação do dogma

O dogma da Assunção foi proclamado no Ano Santo de 1.950, pelo Papa Pio XII, no dia 1o. de novembro, através da Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus”. No n. 44 desse documento pontifício, está a definição solene dessa verdade de fé: "Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos São Pedro e São Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial."

Primeira redimida e glorificada

A festa da Assunção tem uma característica nota de alegria e exultação. Pio XII, ao proclamar o dogma, fez ver que a assunção corpórea de Maria está ligada estreitamente com a sua divina maternidade virginal e com a sua isenção do pecado. O corpo de Maria, que estivera tão intimamente unido ao de Cristo, recebe um destino semelhante ao corpo de Cristo: fica isento da corrupção após a morte e é glorificado por Deus.

Maria nos dá a certeza de que podemos confiar plenamente em Deus, que suas promessas não vão falhar. Ela é a primeira redimida e glorificada. Podemos ter a segurança de que, se um membro do Corpo Místico de Cristo – Maria – já foi glorificado, todos nós o seremos um dia. Maria nos dá o consolo da esperança final.

Maria, sempre dócil à Palavra de Deus, que acompanhou os passos de seu divino Filho, presente ao pé da cruz e na ressurreição, foi com Ele glorificada e, no céu, é o sinal da realização plena a que todos somos chamados. Como mãe terna, vela por todos nós seus filhos e nos convida a participar com ela da glória celeste, a plenitude do Reino de Deus.

A virgem mãe de Deus, a mãe imaculada assunta ao céu caminha a nosso lado, como “modelo de vida cristã pois toda a sua existência é uma plena comunhão com o Filho, uma entrega total a Deus.”

Imagem e modelo
Em Maria assunta ao céu, a Igreja celebra a realização do mistério pascal. Sendo ela “cheia de graça”, sem sombra alguma de pecado, quis o Pai associá-la à ressurreição de Jesus.

Glorificada na assunção, Maria é a criatura que atingiu a plenitude humana na salvação. Para o cristão, a ressurreição é a etapa conclusiva da salvação. Nesse sentido, Maria elevada ao céu é imagem e modelo da criatura plenamente salva, liberta, realizada. No Evangelho, encontramos o fato, a dinâmica e todo o objetivo da vida que em Maria se realiza livre e plena.

Na atitude de Maria, ser humano realizado, toda pessoa encontra inspiração de vida, fé e amor: o projeto de Deus se torna realidade: o mal é vencido, o amor triunfa. Na assunção de Maria, a terra e o céu se encontram.

Origem da festa

A festividade da Assunção teve suas origens na antiga liturgia de Jerusalém. No século VI foi também acolhida pela liturgia bizantina com o nome de “Dormição da Mãe de Deus”. Na liturgia romana, a festa só foi introduzida no século VII, com o nome de “dormitio”, pausatio, natalis”, com conteúdo pouco definido. No século VIII, sob o Papa Adriano, a festa recebeu o nome de “Assunção”, que perdura até hoje.

Na definição dogmática de Pio XII, a festa ganhou um conteúdo bem claro: trata-se da assunção corpórea de Maria ao céu. E instituiu-se o dia 15 de agosto para esta celebração. No Brasil, quando a data não ocorre num domingo, por razões pastorais passamos a solenidade para o domingo seguinte.

A Igreja acredita que Maria é a única criatura humana – depois de Cristo e no seu seguimento – que entrou de corpo e alma na bem-aventurança do céu, depois de ter concluído a peregrinação por este mundo. Na solenidade da Assunção, juntam-se a glorificação e a consumação corpórea de Maria. Com isso a Igreja demonstra sua fé na superioridade de Maria, comparada com o resto da humanidade. Em Maria antecipa-se aquilo que está reservado a todos os crentes no fim do mundo, no momento da ressurreição dos mortos.

Celebrar a Assunção de Maria é, pois, acreditar no inexplicável, no inefável, e confiar no amor salvífico de Deus que convida todos os seus filhos para o banquete eterno em seu Reino.

Maria se encontra, com o corpo glorificado, em companhia de Jesus, seu Filho, do Pai e do Espírito Santo e de todos os santos do céu. A “cheia de graça”, quis o Pai associá-la à ressurreição de Jesus; ela já é o que somos chamados a ser.

sábado, 14 de agosto de 2010

50 Anos de Posse de Dom Aníger em Piracicaba



Sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II, Dom Aníger se encontra na terceira fileira, o segundo da esquerda para a direita


No dia 15 deste mês, nossa diocese comemora 50 anos da posse de seu segundo bispo diocesano, Dom Aníger Francisco de Maria Melillo. Ele foi nomeado pelo Papa João XXIII em 29 de maio de 1960, ordenado bispo no dia 29 de junho e tomou posse no dia 15 de agosto. Tinha como lema episcopal “Omnes unum sint” (Que todos sejam um).

Ao iniciar seu ministério na diocese, visitou todas as paróquias, reconhecendo o trabalho de seu antecessor e tomando ciência das dificuldades e necessidades.

Participou do Concílio Vaticano II (1962-1965) e imprimiu na diocese a renovação proposta por esse concílio. Dinamizou o trabalho pastoral diocesano na linha do Plano de Emergência da CNBB.

No dia 9 de maio de 1967, constituiu o primeiro Conselho Diocesano de Presbíteros, com as finalidades a ele atribuídas pelo Concílio Vaticano II. Dentro do espírito de renovação que a Igreja vivia e com o objetivo de um melhor trabalho pastoral, em dezembro do mesmo ano, dividiu a diocese em três regiões pastorais: Piracicaba, Rio Claro e Capivari. Criou doze paróquias e ordenou catorze padres diocesanos, entre eles, o futuro bispo Dom Mauro Morelli.

Uma das preocupações de Dom Aníger foi com a organização da Pastoral Familiar e para tanto incentivou a implantação, na diocese, do Movimento Familiar Cristão. Estimulou os movimentos leigos, notadamente os Focolares e os Cursilhos de Cristandade. Ficou conhecido como o “Defensor da família”, pela sua luta intransigente contra a legalização do divórcio.

OUTRAS REALIZAÇÕES - Criou a Faculdade de Serviço Social, o Colégio Comercial “Imaculada Conceição” e o Cemitério Parque da Ressurreição. Reformou e ampliou as instalações da casa de campo dos seminaristas, no Bairro Nova Suíça, transformando-a no novo seminário diocesano que, no final de 1966, encerrou suas atividades, passando o prédio a abrigar o Centro Diocesano de Formação e hoje também o Seminário Propedêutico “Imaculada Conceição”. Deixou vários imóveis pessoais para o patrimônio da diocese.

Durante o período da ditadura militar, em 1966, marchou à frente das forças vivas na defesa dos princípios democráticos, em Piracicaba e Rio Claro. Abriu as portas da Catedral para abrigar reunião de estudantes da Escola de Agronomia e os acompanhou em passeata, defendendo a democracia, evitando confronto com os policiais.

Dados biográficos

Dom Aníger nasceu em Campinas, no dia 27 de junho de 1911, filho de Vicente Melillo e Regina Morato Melillo. Foi ordenado sacerdote em 31 de dezembro de 1933, em Campinas. Em 29 de maio de 1960, foi nomeado bispo de Piracicaba pelo Papa João XXIII; em 29 de junho, foi ordenado bispo, em Campinas, por Dom Rui Serra, bispo de São Carlos.

Tomou posse na diocese em 15 de agosto de 1960, na festa da assunção de Nossa Senhora. Governou efetivamente a diocese até 28 de fevereiro de 1980, quando assumiu Dom Eduardo Koaik como Bispo Coadjutor e Administrador Apostólico “Sede Plena”, mas continuou como bispo titular até 11 de janeiro de 1984, quando sua renúncia foi aceita pelo Papa João Paulo II, tornando-se bispo emérito.

Dom Aníger já havia trabalhado em Piracicaba, nos primeiros anos de sacerdócio (de 1937 a 1940), como coadjutor do Monsenhor Manoel Francisco Rosa na Matriz de Santo Antônio (hoje catedral). Participou do Congresso Eucarístico, no qual a diocese foi instalada, em 1944.

Teve a alegria de poder ordenar padre, a pedido do Cardeal Dom Agnelo Rossi, seu próprio pai, o Dr. Vicente Melillo, viúvo e com 83 anos, em 15 de agosto de 1966.

JUBILEU SACERDOTAL - Em 1983 celebrou seu Jubileu de Ouro Sacerdotal. A diocese havia lhe preparado e vinha desenvolvendo um programa de festividades durante o segundo semestre daquele ano. Mas, a partir do mês de novembro, foram interrompidos os atos comemorativos face à grave doença de que Dom Aníger fora acometido. Como ele não pôde estar na Catedral no dia 31 de dezembro, data de seu Jubileu, Dom Eduardo esteve em sua casa, para celebrar, junto com os familiares, a Eucaristia dos seus 50 anos de padre.

Por ocasião do jubileu, Dom Aníger recebeu uma amável carta do Papa João Paulo II, saudando-o pelos 50 anos de ministério sacerdotal, que assim se inicia: “Unindo esta nossa fraternal felicitação à alegria da celebração de toda a comunidade católica de Piracicaba, desejamos, venerável irmão, enviar-te esta carta, para que, não só recebas uma prova concreta de nossa estima para contigo, mas também o testemunho de nossa grande admiração pelas tuas obras durante o longo currículo de tua sagrada missão.”

Em outro trecho da mensagem, o papa diz que “em verdade, ficamos satisfeitos conhecendo a tua dedicação verdadeiramente apostólica e também o total empenho nos teus deveres; sabemos, assim, que és verdadeiro filho da Igreja e digno ministro de Cristo.”

Dom Aníger faleceu em São Paulo no dia 17 de abril de 1985 e está sepultado na cripta da nossa Catedral de Santo Antônio.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Missa em latim: Motu Proprio de Bento XVI completa três anos


O Motu Proprio Summorum Pontificum – carta apostólica através da qual Bento XVI colocou novamente em ampla e plena vigência a possibilidade de os sacerdotes celebrarem a Santa Missa de acordo com o rito de São Pio V, também conhecido como o da "Missa Tridentina" – completa três anos de publicação neste ano.

O prefeito do Tribunal da Assinatura Apostólica, Arcebispo Raymond Leo Burke, escreve o prefácio de um Comentário publicado pela Igreja na Alemanha sobre o Motu Proprio.

"A forma extraordinária do Rito Romano – isto é, a da Missa em latim – segundo o antigo rito pré-conciliar é uma tarefa para toda a Igreja, que não interessa somente a certos grupos, pois trata-se de um ato de legislação do Santo Padre", explica.

O Comentário é escrito pelo padre alemão latinista e canonista Gero P. Weishaupt e alude à celebração da Missa em latim, colocando em realce todas as questões de fundo a ela relacionadas.

"Dessa maneira, a decisão com a qual Bento XVI autorizou a celebração da antiga Missa em latim deve ser compreendida como um ato de legislação universal que interessa a toda a Igreja em todo o mundo e não como um favor feito a um indivíduo ou a um grupo, porque se trata se uma lei cuja finalidade é salvaguardar e promover a vida de todo o corpo místico de Cristo e a máxima expressão desta vida, isto é, a liturgia Sacra", escreve Dom Burke.

O prefeito do Tribunal do Vaticano lembrou que, na carta apostólica de publicação do Motu Proprio, o Papa indicou que deste tempos imemoriais, bem como no futuro, é necessário manter o princípio segundo o qual cada Igreja particular deve concordar com a Igreja universal, não somente no que diz respeito à doutrina da fé e as sinais sacramentais, mas também nos usos universalmente aceitos da ininterrupta tradição apostólica, "que devem ser observador não somente para evitar erros, mas também para transmitir a integridade da fé, para que a lei da oração da Igreja corresponda à sua lei de fé", assinala.

Após três anos da aplicação do Motu Proprio e da verificação sobre o estado das coisas, Dom Burke explica alguns temas de fundo acerca dos quais é importante fazer um esclarecimento, devido a interpretações controvertidas: não pertencem aos direitos fundamentais do batizado nem o serviço ao altar de pessoas do sexo feminino, nem o uso de leigos para as leituras ou para a distribuição extraordinária da comunhão. Por consequência, esses desenvolvimentos mais recentes não são introduzidos na forma extraordinária do rito romano, com a finalidade de respeitar a integridade da disciplina litúrgica contida no Missal Romano de 1962.

Na introdução ao Comentário, Dom Burke precisa também um princípio mais geral: a disciplina definida através da reforma litúrgica do Concilio Vaticano II é aplicada ao rito romano "somente se tal disciplina diz respeito a um direito dos crentes que deriva diretamente do sacramento do batismo e serve para a salvação de suas almas".


Saiba mais

Com efeito, na Carta Apostólica de Bento XVI sob forma de Motu Proprio Summorum Pontificum – sobre o uso da liturgia romana anterior à reforma de 1970 –, os dois primeiros parágrados indicam que "os sumos pontífices, até nossos dias, se preocuparam constantemente que a Igreja de Cristo oferece-se à Divina Majestade um culto digno de louvor e glória de Seu nome e do bem de toda a sua Santa Igreja".

O Motu Proprio foi publicado em 7 de julho de 2007 e seus efeitos entraram em vigor a partir de 14 de setembro do mesmo ano, na festa da Exaltação da Cruz.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bento XVI explica o significado do Martírio


Bento XVI dedicou a Catequese desta quarta-feira, 11, ao tema do martírio, já que diversos Santos mártires são recordados durante esta semana.

O encontro com os peregrinos aconteceu a partir do balcão do pátio interno do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, às 10h30min (em Roma – 5h30min em Brasília).

"Em uma palavra, o martírio é um grande ato de amor em resposta ao imenso amor de Deus", sintetizou o Papa.

O Pontífice perguntou: "Onde se baseia o martírio? A resposta é simples: sobre a morte de Jesus, sobre o seu sacrifício supremo de amor, consumado sobre a Cruz, a fim de que pudéssemos ter a vida".

Ele fez uma comparação com a lógica do grão de trigo, que morre para germinar e dar vida, em uma forma de amor total a Deus.

"De onde nasce a força para encarar o martírio? Da profunda e íntima união com Cristo, porque o martírio e a vocação ao martírio não são o resultado de um esforço humano, mas resposta a uma iniciativa e a um chamado de Deus, são um dom da Sua graça, que capacita para oferecer a própria vida por amor a Cristo e à Igreja e, assim, ao mundo", disse.

O Santo Padre fez questão de sublinhar que a graça de Deus não coloca em segundo plano a liberdade do mártir – "ao contrário, a enriquece e a exalta: o mártir é uma pessoa sumamente livre".

Por fim, recordando a Catequese da semana passada, Bento XVI disse que "provavelmente nós não somos chamados ao martírio, mas nenhum de nós é excluído do chamado divino à santidade [...].Todos, sobretudo no nosso tempo, em que parecem prevalecer o egoísmo e o individualismo, devemos assumir como primeiro e fundamental compromisso aquele de crescer todo dia em um amor maior a Deus e aos irmãos, para transformar a nossa vida e transformar assim também o nosso mundo".

O Bispo de Roma também lembrou que a Liturgia desta quarta faz memória de "Santa Clara de Assis, fundadora das Clarissas, luminosa figura da qual falarei em uma das próximas Catequeses".

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Diáconos Permanentes celebram seu dia


No dia 10 de agosto, comemora-se o Dia dos Diáconos, na data em que se celebra seu padroeiro, São Lourenço. Para celebrar seu dia, os diáconos permanentes de nossa diocese se reúnem a partir das 19h30 na matriz da Paróquia Bom Jesus, em Rio Claro, para a celebração de missa festiva, presidida pelo bispo Dom Fernando, seguida de confraternização.

Os diáconos permanentes são homens casados que receberam o Sacramento da Ordem, em seu primeiro grau. A eles compete administrar o Batismo, assistir ao Matrimônio, conservar e distribuir a Eucaristia, dirigir a comunidade, presidir o culto, pregar a Palavra de Deus, administrar os sacramentais (ritos, preces e bênçãos), oficiar exéquias, dedicar-se ao serviço aos pobres e realizar outras tarefas importantes. São membros do clero, pertencendo à hierarquia da Igreja, juntamente com o bispo e os padres.

Em nossa diocese, o Diaconato Permanente foi introduzido por Dom Eduardo Koaik, que acolheu recomendação da 2ª Assembleia Diocesana, realizada em 1981. O primeiro diácono permanente é Ângelo Freschi, ordenado em 12 de outubro de 1987, em Rio Claro.

IMPORTANTE MINISTÉRIO - Nossos diáconos têm enriquecido a diocese com seu trabalho e dedicação. Nas comunidades paroquiais, nas pastorais e em outros organismos eclesiais, eles desempenham um importante ministério. Hoje, a diocese conta com 30 diáconos permanentes, todos ordenados por Dom Eduardo. São homens casados que cuidam de suas famílias, exercem suas profissões e ainda dedicam-se à Igreja no exercício do sagrado ministério diaconal que lhes foi confiado.

A diocese mantém a Escola Diaconal “São Filipe” para preparar os futuros diáconos. A escola está em seu segundo ano de atividades e conta com 34 candidatos ao diaconato permanente.

Dois diáconos permanentes estão à frente de comunidades paroquiais: Luís Alberto Scarazzatti é o administrador pastoral da Quase-paróquia Santa Cruz, no bairro rural de Anhumas, em Piracicaba; Florivaldo Bertoletti, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Ipeúna. Florivaldo também é o coordenador diocesano dos Diáconos Permanentes.

Um diácono da nossa diocese é o presidente da Comissão Nacional dos Diáconos, organismo da CNBB: é o Diácono Odélcio Calligaris Gomes da Costa, eleito em 2007, cujo mandato estende-se até 2011.

Serviço à comunidade


O diaconato é o primeiro grau do Sacramento da Ordem. Diácono quer dizer “servidor”. Assim, a natureza do ministério diaconal é o serviço à comunidade. Como ensina o Papa João Paulo II, eles “apresentam um rosto característico da Igreja, a qual tem prazer de estar próxima do povo e de sua realidade cotidiana para arraigar em sua vida o anúncio da mensagem de Cristo.”

Na Igreja do Ocidente, o ministério dos diáconos floresceu até o século V. Por diferentes razões, declinou depois lentamente até o ponto de que este ministério chegou a ser só uma fase intermediária para os candidatos à ordenação sacerdotal. O Concílio Vaticano II abriu o caminho para restaurar este ministério como “grau próprio e permanente da hierarquia”, permitindo que possa ser conferido a homens em idade madura já casados. Com a carta apostólica “Sacrum diaconatus ordinem”, de 1967, o Papa Paulo VI estabeleceu as indicações conciliares, criando as regras gerais para a Igreja latina.

O diaconato é o primeiro grau da Ordem, o sacramento do serviço. Há duas modalidades de diaconato. A primeira é uma preparação para a ordenação sacerdotal; todo padre é, antes, um diácono. A outra modalidade é o chamado Diaconato Permanente, assumido por homens não destinados ao sacerdócio, mas chamados a uma missão especial na comunidade; na maioria, são casados, muitos ainda exercendo suas profissões.

Padroeiro dos diáconos


São Lourenço, padroeiro dos diáconos, viveu no século 3º e foi o primeiro dos sete diáconos a serviço da Igreja de Roma. Foi ordenado pelo Papa Sisto II, de quem era grande amigo e colaborador.

Entre as diversas tarefas que lhe cabiam, era o administrador dos bens eclesiásticos, cuidando das construções dos cemitérios, igrejas e da manutenção das obras assistenciais destinadas ao amparo dos pobres, órfãos, viúvas e doentes. Como diácono era encarregado da distribuição das esmolas entre os pobres que ele qualificava como verdadeiros tesouros da Igreja. Ele dizia que “a riqueza da Igreja são os pobres”.

A partir do ano 257, o imperador romano Valeriano ordenou uma feroz perseguição contra os cristãos, o que levou muitos à morte, entre eles o Papa . Sisto II que foi executado junto com os outros seis diáconos. Conta a tradição que, pouco antes de morrer, o papa pediu a Lourenço que distribuísse aos pobres todos os seus pertences e os da Igreja também, pois temia que caíssem nas mãos dos pagãos.

Lourenço foi preso e levado à presença do governador romano, Cornélio Secularos, justamente para entregar todos os bens que a Igreja possuía. O diácono pediu um prazo de três dias, pois precisava fazer um balanço completo deles. Assim, rapidamente distribuiu tudo aos pobres e, quanto aos livros e objetos sagrados, cuidou para que ficassem bem escondidos. Em seguida, reuniu um grupo de cegos, órfãos, mendigos, doentes e colocou-os na frente de Cornélio, dizendo: "Pronto, aqui estão os tesouros da Igreja."

Irritado, o governador mandou que o amarrassem sobre uma grelha, para ser assado vivo, e lentamente. O suplício cruel não demoveu Lourenço de sua fé. Segundo uma narrativa de santo Ambrósio, o santo encontrou disposição e coragem para dizer ao seu carrasco: "Vira-me, que já estou bem assado deste lado."

Quatro dias após o martírio do Papa Sisto II, o diácono Lourenço morreu no dia 10 de agosto de 258, rezando pela cidade de Roma. A população mostrou-se muito grata a ele, que foi chamado de "príncipe dos mártires", e dedicou-lhe 34 Igrejas, sendo a primeira no lugar do martírio.

De São Lourenço afirmou o Papa Bento XVI: “A solicitude pelos pobres, o generoso serviço prestado à Igreja de Roma no setor da assistência e da caridade, a fidelidade ao papa, levada ao ponto de querer segui-lo na prova suprema do martírio, e o heróico testemunho do sangue, prestado poucos dias depois, são fatos universalmente conhecidos.” (homilia na basílica de são Lourenço, em 30 de novembro de 2008)

domingo, 8 de agosto de 2010

As bodas de Caná da Galileia

As Bodas de Caná da Galileia
Jo (2, 1-11)
Por Jonas Cunha y Silva
















A Intercessão de Maria Santíssima

É fato que várias páginas do Antigo Testamento narram várias histórias dos feitos das santas mulheres que edificaram a história do povo de Israel. Todas elas foram uma prefigura de Maria, assim foram Ruth, Susana e Ester.

É nessa perspectiva, de perceber a ação de Maria na história dos milagres de Jesus, que devemos analisar o evangelho das Bodas de Caná.

O milagre

Não é de se admirar que o primeiro milagre de Cristo tenha se dado em uma festa de casamento, pois, naquele tempo, as festas de casamentos eram muito solenes, cheio de pompas etc. Segundo diz a tradição judaica, o casamento começava a ser preparado um ano antes, pois, isso garantia, segundo eles, a estabilidade do lar.

A Mãe de Jesus, certamente tinha relações de amizade com aqueles noivos, há quem diga até que poderia haver um grau de parentesco entre Maria e os noivos, por isso Maria se julgou no dever de compareçer.

Nosso Senhor Jesus acompanhou Maria, levando também os primeiros discípulos, segundo alguns padres, cardeais e até Papas, Cristo compareçeu ao casamento para dignificá-lo e para torná-lo e elevá-lo à dignidade de Sacramento da futura Igreja que deixaria à Pedro. Esta passagem também nos mostra o comportamento Cristão, que ao contrário do que muitos pensam, não é anti-social, Nosso Senhor gostava de festas, como todo jovem, como todos nós, participava delas e se alegrava nas danças e rituais judaicos de festas, mas claro, que tudo com a realeza que sempre teve.

Sempre desejosa de fazer o bem aos outros

"Como o vinho faltou, a Mãe de Jesus Lhe disse: Eles não tem mais vinho".

Neste versículo, vêmos a bondade de Maria, quando viu que não havia mais vinho no casamento, logo disse ao filho, que era o único que poderia fazer alguma coisa, naquele tempo, o casamento que faltava bebida era marcado para o resto da vida, os noivos eram rechassados por todos. Do mesmo modo, que Maria quis o bem daquele casal, assim também quer o nosso, por isso nós Católicos confiamos muito em Maria Santíssima, a quem chamamos carinhosamente de Nossa Senhora.

Nossa confiança em Maria deve ser total

"Sua mãe disse aos que estavam servindo: Fazei o que Ele vos disser".

Nós devemos ter confiança total em Nossa Senhora, pois a ela podemos recorrer quando também a nós "faltar o vinho", se Cristo, sendo Deus na Terra, não negou nada a sua mãe, quanto mais no céu negará? Por isso temos a confiança plena de que Maria Santíssima interçede por nós sim! Assim como intercedeu pelos noivos de Caná, agora que está no céu, intercede a todos que a Ela pedem.

Deus quer a nossa Cooperação nos milagres

"Jesus disse aos que estavam servindo: Enchei as talhas com água".

Assim como Cristo precisou da cooperação dos serventes para fazer o milagre, assim também pede a nossa, não adianta, apenas pedir, quando queremos o milagre, é preciso "cooperar com a graça" como diria um amigo meu chamado Abílio. Não adianta pedir pão e não trabalhar para tê-lo... Cristo quer nos dar tudo, assim como Maria também quer, mas é preciso pedir, rezar e "COOPERAR COM A GRAÇA!"

Finalmente

É neste trecho das Sagradas escrituras que "nasce" a confiança total dos Católicos na interseção da Bem aventurada e Sempre Virgem Maria, assim como Ela intercedeu pelos noivos, intercede por nós no Céu, e dizem ainda os sábios escritores do catolicismo que Maria quer dar muitas graças a todo o gênero humano, mas, ninguém pede à Ela, por isso, em nossas orações peçamos à Ela aquilo de que precisamos e não pedimos. Existe uma história que diz: "Todos nós sabemos que no céu, só entra gente bonita, bem vestida etc, pois num belo dia, começou a entrar no jardim do céu, uma gente feia, mal vestida, que não falava direito, mas que era fervorosa, que tinha sede e desejo de estar com Deus, São Pedro estando com Cristo, percebeu que aquela gente não tinha passado pelo portão que ele cuidava, após muitos dias, resolveu dar uma volta em todo o muro do céu, quando de repente viu uma escada e Maria puxando todos aqueles que queriam entrar no céu."
Espero que esta reflexão sobre as bodas de caná tenha sido útil a todos...

Nossa Senhora Rainha dos Céus! Rogai por nós!

Semana Nacional da Família



De 8 as 15 de agosto, dentro do Mês Vocacional, a Igreja no Brasil celebra a Semana Nacional da Família. Essa celebração teve início em 1992 como resposta à inquietação, ao descontentamento e desejo de se fazer algo em defesa e promoção da família, cujos valores vêm sendo agredidos sistematicamente em nossa sociedade. Escolheu-se, para isso, a semana seguinte ao Dia dos Pais, no mês de agosto, dedicado às vocações.

A Semana da Família deste ano tem como tema “Família, formadora de valores humanos e cristãos”. E para refletir sobre isso, apresentamos o texto a seguir, de autoria do Padre Luiz Antonio Bento,assessor da Comissão Episcopal para a Vida e Família da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil:

“A família, talvez mais que outras instituições, tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Contudo, muitas famílias vivem esta situação na fidelidade àqueles valores que constituem o fundamento da instituição familiar. Outras se tornaram incertas e perdidas frente a seus deveres, ou, ainda mais, duvidosas e quase esquecidas do significado último e da verdade da vida conjugal e familiar. Outras, por fim, infelizmente, estão impedidas por variadas situações de injustiça de realizarem os seus direitos fundamentais.

Consciente de que o matrimônio e a família constituem um dos bens mais preciosos da humanidade, a Igreja quer fazer chegar sua voz e oferecer sua ajuda a quem, conhecendo já o valor do matrimônio e da família, procura vivê-lo fielmente; a quem, incerto e ansioso, anda à procura da verdade e a quem está impedido de viver livremente o próprio projeto familiar. Sustentando os primeiros, iluminando os segundos e ajudando os outros, a Igreja oferece seu serviço a cada homem interessado nos caminhos do matrimônio e da família (Familiaris consortio, n. 1; Gaudium et spes, n. 52).
Um dos meios encontrado pela Igreja para concretizar este serviço é a Semana Nacional da Família, de 8 a 15 de agosto. O tema central é “Família, formadora de valores humanos e cristãos”, em sintonia com o Encontro Mundial das Famílias realizado no México em 2009.

Com a Semana Nacional, a Igreja quer, uma vez mais, salientar a importância da família. Pois a Igreja sabe que é fundamental um olhar atento dirigido à família, patrimônio da humanidade que deve ser considerada “um dos eixos transversais de toda a ação evangelizadora” (Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, 2008-2010, n. 128). Na verdade, tudo passa pela família. Para o ser humano tudo começa na família. A família é a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade. Ela participa decisivamente no desenvolvimento da sociedade. É o lugar privilegiado para forjar no coração do homem os valores perenes, sejam eles espirituais ou civis.

É na família também que se inicia a educação para o valor da vida, de cada vida humana, onde se aprende o valor da liberdade consciente, para o sentido da dor e da morte, forma-se a consciência, para o repúdio à mentalidade e prática abortista, às pesquisas com embriões humanos, à eutanásia, e para o desenvolvimento da solidariedade e respeito aos idosos.

Por meio da educação ao autocontrole, à renúncia e ao alegre exercício da liberdade na verdade, do amor e da responsabilidade, os pais forjam nos filhos a semente de uma escolha vocacional madura e responsável, pois são preparados para a comunhão plena com Deus, fora da qual não pode existir nenhuma felicidade verdadeira (FC 28-41).

Assim, como “pequena Igreja”, a família cristã é chamada, à semelhança da “grande Igreja” a ser sinal de unidade para o mundo e a exercer, deste modo, o seu papel profético, testemunhando o Reino e a paz de Cristo, para os quais o mundo inteiro caminha (FC, n. 48). Pelo sacramento do matrimônio, torna-se “pequena Igreja” missionária (FC, n. 5), no seio da qual os filhos são chamados a se tornarem filhos de Deus, membros vivos da Igreja e artífice da história da salvação. Para tanto, deve ser ajudada por uma Pastoral Familiar “intensa e vigorosa”.

Certamente, a Pastoral Familiar poderá contribuir para que a família seja reconhecida e vivida como lugar de realização humana, a mais intensa possível na experiência de paternidade, de maternidade e filiação (Diretrizes, n. 129). Assim, ninguém que se aproxima do Sacramento do Matrimônio deveria ignorar a espiritualidade que brota desde mistério ao qual são chamados os esposos cristãos. É na família, no calor do amor entre os cônjuges e destes com os filhos, que cada pessoa faz a experiência da presença e do amor de Deus na própria vida.

Por fim, é importantíssimo desenvolver uma Pastoral Familiar verdadeiramente “intensa e vigorosa” em todas as comunidades eclesiais, em particular nas paróquias. É, igualmente, importante e necessário fortalecer a articulação entre a Pastoral Familiar e os movimentos eclesiais.

A família é um dom de Deus que precisa ser cultivada como lugar primordial para uma convivência saudável do ser humano. Façamos, portanto, da Semana Nacional da Família um momento forte de evangelização, de oração e renovação do compromisso, enquanto Pastoral Familiar, de guardiã, defensora e promotora da vida e da família, capacitando-se para neutralizar a conspiração dos organismos nacionais e internacionais que não medem esforços para propagarem a cultura da morte, a desvalorização da família cristã e na elaboração de leis antivida e antifamília.

Rezemos pelas famílias de todo o mundo, em particular pela família brasileira. Nossa Senhora de Nazaré acompanhe os trabalhos das comissões e equipes regionais, diocesanas e paróquias da Pastoral Familiar no Brasil.”

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Cardeal pede orações pelas vocações sacerdotais




Neste mês que a Igreja no Brasil dedica ao tema das vocações, o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, convida os católicos a rezarem de modo especial pelas vocações sacerdotais.

Cada comunidade precisa “de muitos bons sacerdotes para a realização da sua missão nesta Metrópole. Apoiemos e colaboremos com os diáconos e padres no exercício de sua missão; apoiemos os seminários, onde são preparados os novos padres”, afirma o cardeal, em artigo publicado na edição desta semana do jornal O São Paulo.

No contexto do mês das vocações, o arcebispo explica que, na Igreja, “somos um povo de vocacionados, que Deus chama para missões e serviços diferenciados; e para desempenhá-los, concede uma graça especial a cada um”.

“Embora de diversos modos, todos são chamados a manifestar na sua vida a mesma alegria da salvação e a colaborar na única grande obra de Deus.”

Dom Odilo recorda a vocação dos fiéis leigos, que, pelo batismo, “são chamados por Deus para viver a alegria da fé e testemunhar a vida nova que vem do Evangelho no meio do mundo”.

Outra vocação, na Igreja, é a dos ministros ordenados – bispos, padres e diáconos –, que “receberam o chamado especial para serem pastores e servidores da comunidade dos fiéis, com a missão de zelar, em nome de Cristo, pelo bem de cada membro da Igreja e de cuidar para que esta cumpra bem sua missão”.

Os ministros ordenados “exercem em graus diversos, por encargo da Igreja e do próprio Cristo, a tríplice missão de anunciar o Evangelho, santificar e pastorear o rebanho do Senhor”.

Há ainda a vocação à Vida Consagrada, “com suas numerosas Ordens, Congregações e Institutos, e também as múltiplas formas de vida consagrada secular; hoje florescem diversas formas de consagração nas ‘Novas Comunidades’, que o Espírito Santo suscita na Igreja”.

Segundo o cardeal Scherer, é preciso lembrar sempre que “a primeira e mais importante ‘consagração’ a Deus é aquela do Batismo. Por ela, todos receberam o ‘selo do Deus vivo’, pertencem a Ele, receberam a ‘vida nova’ e são herdeiros dos bens que Deus destina para todos aqueles que o amam”.

“No entanto – afirma o arcebispo –, a vocação à Vida Consagrada é um chamado especial para viver de maneira mais intensa e desimpedida a vida nova’, segundo o Evangelho.”

E os consagrados “fazem isso assumindo os Conselhos Evangélicos da pobreza, obediência e castidade ‘por causa do de Jesus Cristo e do reino dos céus’. Assim, eles se tornam ‘sinal vivo’ do Evangelho e das promessas de Deus para seus irmãos batizados e para o mundo inteiro.”

“Somos um povo de vocacionados” – diz o arcebispo. “O Espírito de Cristo não deixa de suscitar todo tipo de vocações na Igreja, dando dons diferentes a cada um para a colaboração de todos na missão da Igreja”.

Dom Odilo deseja que as paróquias e comunidades sejam “generosas em acolher todos os dons de Deus, vivas e dinâmicas na missão, através da vocação e da colaboração de cada um de seus membros”.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

04 de Agosto, festa de São João Maria Vianney, Patrono dos Párocos



Celebrando a Festa Litúrgica de São João Maria Vianney e também o Dia do Padre, não podemos deixar passar despercebida esta data, e assim, com a minha primeira postagem, presto homenagem a todos os sacerdotes e ao querido Cura de Ars, do qual sou muito devoto.

João Maria Batista Vianney, era de origem pobre e humilde, foi o quarto filho de Mateus e Maria Vianney. Nasceu pouco antes de irromper a Revolução Francesa em 08 de Maio de 1786 em uma pequena aldeia, Dardilly, que fica perto de Limonest, a dez quilômetros ao norte de Lyon, na França. Foi batizado no mesmo dia em que nasceu. No batismo recebeu o nome de João, ao qual acrescentou o de Maria por especial devoção à Maria Santíssima.

Desde a infância, manifestava uma forte inclinação à oração e um grande amor ao recolhimento. Muitas vezes era encontrado num canto da casa, jardim ou no estábulo, rezando, de joelhos, as orações que lhe tinham ensinado: o Padre-Nosso, a Ave-Maria, etc. Os pais, principalmente a piedosa mãe, Maria, cultivavam no filho esse espírito de religião e de piedade, que o levou a crescer na fé e ser devoto de Maria Santíssima.

Durante os anos da Revolução Francesa, quando a igreja da vila foi fechada pela perseguição religiosa, ele continuava a rezar. Para fazer isso, ele aproveitava algum tempo de seu trabalho, de cuidar de animais junto com seus irmãos, para rezar. Ele continuava a rezar, no final do dia, as orações habituais em casa com seus pais. Ele gostava de ajudar os pais nas caridades que eles faziam, ajudando os necessitados. Quando jovem, caiu doente e passou quatorze meses nos hospitais de Lyon e de Roanne e não pode entrar para o serviço militar durante o império napoleônico, teve que viver escondido, exposto a graves perigos.
Desde pequeno queria ser padre a todo custo, mas esbarrou em dois obstáculos: pobreza e sobretudo a escassa inteligência. Em 1813, com vinte anos, ele ingressou no seminário Santo Irineu, em Lyon. Todos os cursos que devia fazer eram dados em latim. O problema surgiu de imediato; João Maria não entendia nada, e nas provas do primeiro mês tirou notas baixas, que o desclassificaram, mas estas notas não eram definitivas.

Insiste em entrar na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, mas não é admitido pelas mesmas razões. Por causa disto, ele foi mandado de volta para Ecully, para estudar Teologia com seu amigo, padre Balley. O padre nesse tempo o ensinou na língua Francesa, língua do Vianney, e no final do curso ele fez as provas em Francês, e foi aprovado. Assim ele foi readmitido no Seminário.

No dia 02 de Julho de 1814 foi ordenado Subdiácono. João Maria continuou seus estudos na casa do amigo, padre Balley. Depois da batalha de Waterloo, quando os austríacos invadiram a região, João Maria foi a pé por falta de transporte, para Grenoble. Lá, no dia 13 de Agosto de 1815, ele foi ordenado padre, aos 29 anos de idade. No dia seguinte celebrou sua primeira Missa!

Ao Padre Vianney ninguém lhe fazia prognósticos animadores. Faltavam-lhe os apregoados dotes da razão que tanto faziam a grandeza dos séculos das luzes. Por essa razão, os padres estavam queixando-se ao bispo de Balley e pela mesma razão o bispo lhes respondera: “Não sei se ele é instruído; sei que é iluminado”. Começou a sua vida sacerdotal como ajudante do bispo Balley. O bispo Balley, continuou a dar ao padre Vianney os cursos de Moral e Teologia, Em Dezembro de 1817, o estado de saúde do bispo Balley agravou e ele faleceu.

Em Janeiro de 1818 veio o novo pároco para Ecully, mas ele tinha uma vida totalmente diferente do padre Vianney. Na verdade, o Padre Vianney era diferente. A par da simplicidade mais natural e de uma autêntica humildade, irradiava dele algo superior à inteligência, uma forma mais elevada de ver as coisas, que se manifestava nos conselhos que dava no jeito de conversar com as pessoas, de lhes ouvir os problemas e de lhes sugerir soluções ou confortá-las.

O Arcebispo de Lyon, Arquidiocese sede da Diocese de Ecully, sabendo dessa diferença pediu ao Vigário Geral Courbon, para informar ao padre Vianney, que ele seria transferido para a paróquia da Aldeia de Ars-em-Dombes. De nada mais que 200 a 300 habitantes, no dia 9 de fevereiro de 1818, uma sexta-feira, João Maria Batista Vianney chegou em Ars, para cuidar de uma capela semi-abandonada. Veio em uma carruagem, guiada por um paroquiano de Ecully, onde carregou seus pertences e uma biblioteca com trezentos volumes. Apesar de pequena instrução, gostava de ler livros.

Ao chegar à cidadezinha ficou meio confuso, porque a neblina cobria as casas. O entendimento foi difícil pois o menino, Antonio Givre, não sabia Francês e o dialeto de Ars era bem diferente de Ecully. Então perguntou ao garoto: “Menino, onde está Ars?” O menino apontou com o dedo dizendo-lhe: “É ali mesmo”. E João Maria Vianney disse ao menino: “Você me ensinou o caminho de Ars, e eu lhe ensinarei o caminho do céu”.

Essa predição era enfática, mas situada no tom romântico da época. Predição, ou não, o certo é que o pequeno pastor Antonio Givre morreu alguns dias depois dela. Um monumento de bronze, na entrada de Ars, lembra esse primeiro encontro. O Padre entrou no povoado levando muitos sonhos e esperanças. João Maria Batista Vianney era simples, por isso, quando chegou na paróquia de Ars, devolveu alguns móveis à proprietária, deixando somente o necessário. A sua alimentação era muito simples, apenas algumas batatas cozidas. Nem imaginava quanto iria sofrer ali dentro. Ars era pequena no tamanho, mas enorme quanto aos problemas: muitas casas de jogatina, de prostituição, de vícios, cidade paganizada. A capela estava sempre vazia.

Em 1818, Ars-em-Dombes era uma caricatura cristã. A fé não era vista com seriedade. A capela estava sempre deserta, o povo não freqüentava os sacramentos e o domingo era marcado por festas profanas. Aí ele dobrou seu tempo de oração. O Padre Vianney se pôs a rezar, fazer jejuns e penitência. Visitava as famílias e as convidava para a Santa Missa. Ars começou a transformar-se. Alguns começaram a ir à capela. A capela se enchia. Então o pároco fundou a Confraria do Rosário para as mulheres, e a Irmandade do Santíssimo Sacramento para os homens. Diante disso, os donos dos bares e organizadores de jogatinas começaram dura perseguição contra o Padre Vianney. Este chegou a dizer, “Ah, se eu soubesse o que é ser vigário, teria entrado num convento de monges”.

Ars Virou santuário com peregrinações. Pessoas cultas de outras cidade iam ouvir as homilias do Cura d’Ars. Quando algum padre lhe perguntava qual o segredo de tudo aquilo, o Padre Vianney lhe respondia: “Você já passou alguma noite em oração? Já fez algum dia de jejum?”.

Ele viveu toda a sua vida dedicada a Deus. Ele repousava de 02 a 04 horas no máximo por noite. Quando acordava ia a Igreja, rezava diante do Sacrário e depois ia confessar seus paroquianos. Eram inúmeras as pessoas que vinham se confessar com ele. Ele passou a maior parte de sua vida no confessionário. Chegava a ficar 14 horas confessando os paroquianos. Como era grande o número de pessoas, ele dividiu em vários confessionários, um para mulheres outro para homens, outro para doentes, etc. Ele marcava os horários para cada um.

O Cura d’Ars acreditava no poder da oração e do jejum e na resposta do bom Deus. Ele tinha em sua mente a exortação de São Paulo Apostolo: “Orai sem cessar” (1 Ts 5, 17). Não era orador, não falava com eloqüência, nas homilias perdia o fio da meada, atrapalhava-se, outras vezes não sabia como acabá-las cortava a frase e descia do púlpito acabrunhado. O mesmo acontecia na catequese. No confessionário, porém, estava sua maior atuação pelo mistério da Providência Divina. No aconselhamento das pessoas falava do bom Deus de forma tão amorosa que todos saiam reconfortados. Não sabia usar palavras bonitas, idéias geniais, buscava termos do quotidiano das pessoas.

No confessionário viveu intensamente seu apostolado, todo entregue às almas, devorado pela missão, integralmente fiel à vocação. Do confessionário seu nome emergiu e transbordou dos estreitos limites Ars-em-Dombes para aldeias e cidades vizinhas. Os peregrinos que desejavam confessar-se com ele começaram a chegar. Nos últimos tempos de vida eram mais de 200 por dia, mais de 80.000 por ano.



João Maria gostava muito de São Francisco, por isso, ele estava inscrito na Ordem Terceira Franciscana. Ele amava os pobres e ajudava sempre que tinha dinheiro e principalmente na parte espiritual. João Maria gostava muito também de Santa Filomena, e muitos escritores vinham ouvi-lo falar dela, e escreviam vários livros. Um deles é o “Santa Filomena Virgem Mártir” segundo “Santo Cura d’Ars”. Ele queria construir uma igreja para a Santa Filomena, mas não conseguiu, e hoje atrás da sua igreja foi construída uma basílica em honra de Santa Filomena, onde seu corpo incorrupto repousa num relicário.

O seu coração está conservado até hoje em uma capela dentro de um relicário. O padre Vianney transformou o lugarejo de Ars em uma aldeia menos atéia, com mais amor a Deus do que aos prazeres terrenos. Toda vez, antes de começar a Santa Missa, ele tocava o sino, na torre em que ele construiu, para avisar que era hora do cristão rezar, lembrar de Deus. Ele próprio ensinava catecismo para as crianças. João Maria era de estatura pequena, mas de constituição robusta. Sua vida de intenso trabalho, pouca alimentação, jejum e penitência, provocou um enfraquecimento.

Aos 73 anos de idade, na terça-feira, 02 de Agosto de 1859, João Maria Batista Vianney recebe a Unção dos Enfermos. Na quarta-feira, 03 de Agosto, assina seu testamento, deixando seus bens aos missionários e seu corpo à Paróquia. Às duas horas do dia 04 de Agosto de 1859, morre placidamente. Nos dias 04 e 05, trezentos padres mais ou menos e uma incalculável multidão desfilaram diante do seu Corpo, em prantos, para despedir. Quando chegou à cidadezinha ninguém veio recebê-lo, quando morreu a cidade tinha crescido enormemente e multidões de peregrinos o acompanharam à última morada.

A Igreja, que pela lógica humana receara fazê-lo sacerdote, curvou-se à sua santidade. João Maria Vianney foi proclamado Venerável pelo papa Pio IX em 1872, beatificado pelo papa São Pio X em 1905, canonizado pelo papa Pio XI em 1925 e pelo mesmo foi declarado padroeiro de todos os párocos do mundo, em 1929. Esse é o Santo Cura d’Ars, cuja memória, celebramos no dia 4 de agosto.

A vida do Santo Cura d’Ars confirma o que São Paulo Apóstolo escreveu: “Mas o que é loucura no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e, o que é fraqueza no mundo, Deus o escolheu para confundir o que é forte; e, o que no mundo é vil e desprezado, o que não é, Deus escolheu para reduzir a nada o que é, a fim de que nenhuma criatura se possa vangloriar diante de Deus” (1 Cor 1, 27-29).

São dois grandes pensamentos conhecidos do povo católico no mundo inteiro do sábio Santo Cura d’Ars. O primeiro é: “Deixai uma paróquia 20 anos sem Padre e lá os homens adorarão os animais”. E o segundo: “Quem não tem tempo a perder para Deus, perde seu tempo”. Louvado seja o bom Deus pelo Santo Cura d’Ars.


fonte: http://wiki.cancaonova.com/index.php/S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_Maria_Vianney

Celebrando o Dia do Padre - Dom Fernando Mason


Agosto é, para a Igreja no Brasil, o Mês Vocacional. Em 1983 iniciou-se essa celebração, com o objetivo de se refletir, a cada domingo, uma vocação específica dentro da Igreja. O primeiro domingo deste mês é dedicado à vocação do padre. E no dia 4 de agosto, quando se faz memória litúrgica de São João Maria Vianney, conhecido como Cura D’Ars, celebra-se o Dia do Padre.

É muito oportuno celebrar o Dia do Padre, pois acredito que nós católicos algumas vezes ainda não compreendemos bem a grandeza, a positividade e a preciosidade desta presença nas comunidades. Deixemos claro, de antemão, que não se trata aqui de fazer elogios ingênuos, valorizações forçadas ou ufanismo sectário. Sem dúvida, o padre se apresenta a nós dentro da fragilidade de todo ser humano. Nisso ele não é nem melhor nem pior que os outros.

Mas já nisso, talvez, se possa ressaltar no padre um quê de sensibilidade, de elaboração do caráter, de intelectualidade, de humanização, afinal, não tão comuns por aí. É o fruto de um longo período formativo de oito anos.

Nós, Igreja Católica, somos um povo, o povo de Deus. Não somos um bando; todo povo que se preze tem uma "alma" (o Deus de Jesus Cristo, no Espírito Santo) da qual surge sua organização. O vigor desta combinação de alma e organização permitiu à Igreja percorrer mais de 2.000 anos de história, passando por épocas, vicissitudes, civilizações e culturas as mais diferentes e desafiadoras. A ponta mais visível desta alma e organização em nossas comunidades é o padre.

Há os padres que pertencem a ordens e congregações religiosas, nas quais eles encontram segurança, afeição e solidariedade; a comunidade paroquial complementa esta experiência fundamental para todo ser humano. E há os padres "diocesanos". Eles precisam encontrar, na diocese, segurança, afeição e solidariedade.

Quando se diz "diocese" se entende o bispo que deve ter verdadeira afeição pelos seus padres, deve lhes transmitir segurança e deve ter para com eles um profundo senso de justiça em todas as vicissitudes da vida eclesial e paroquial.

Quando se diz "diocese" entende-se também "comunidade paroquial". Nossas comunidades precisam acolher, amar e respeitar os nossos padres, inclusive diante dos limites e fragilidades que eles possam ter. E quem não tem limites e fragilidades que lance a primeira pedra! Há pessoas e grupinhos que, com mil pretextos, antipatizaram com este ou com aquele padre, infernizam-lhe a vida e dividem a comunidade, com grave prejuízo para o Reino de Deus.

Nossas comunidades e lideranças precisam ter comunhão com o seu padre, oferecer-lhe colaboração e participação na vida da comunidade local, ainda mais quando estas lideranças exercem funções importantes no âmbito eclesial e diocesano. Esta comunhão é exercício bem concreto de fraternidade e amor ao próximo, conforme significa a Eucaristia da qual participamos.

Nossas comunidades precisam ser solidárias com o seu padre. Há quem se dispõe a fazer doações em material e dinheiro para as obras paroquiais e para os necessitados, mas não se dispõe a colaborar para o sustento de seu padre. Conheço padres em nossa diocese que passaram (e passam?!) aperto para a sua subsistência! Os padres dependem de nossa ajuda; como todo operário, eles merecem salário (o salário do padre se chama "côngrua") justo e digno, conforme estabelecido pela diocese.

Pelo padre mantemos a unidade eclesial, crescemos na fé e no conhecimento da Palavra de Deus. Ele é indispensável para celebrarmos a Eucaristia e os demais sacramentos, sinais visíveis de nossa salvação em Jesus Cristo. O padre é um dom para as nossas comunidades!

Sou profundamente grato a todos os padres de nossa diocese e profundamente grato a todos os fiéis católicos que querem bem a seus padres.

Dom Fernando Mason é bispo da Diocese de Piracicaba

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

04 de agosto - Dia do Padre



No dia 4 de agosto, celebra-se a memória litúrgica de São João Maria Vianney (1786-1859). Ele foi o cura (vigário) de um povoado francês chamado Ars, ao norte de Lion, por isso é conhecido como o Santo Cura D’Ars. Camponês de mente rude, possuía uma certa limitação intelectual, mas se destacou pelo zelo apostólico e como “modelo de piedade” e como um dos mais famosos confessores da história da Igreja. Morreu no dia 4 de agosto de 1859, com 73 anos, e foi proclamado santo por Pio XI em 1925.

Ele já era considerado o patrono dos párocos e, no ano passado, o Papa Bento XVI proclamou-o também patrono de todos os sacerdotes. Por isso, no dia 4 de agosto, celebra-se o Dia do Padre.

São Cura D´Ars

João Maria Batista Vianney, sem dúvida alguma, tornou-se o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes". Ele nasceu em 8 de maio de 1786, no povoado de Dardilly, ao norte de Lyon, França. Seus pais, Mateus e Maria, tiveram sete filhos, ele foi o quarto. Gostava de freqüentar a igreja e desde a infância dizia que desejava ser um sacerdote.

Vianney só foi para a escola na adolescência, quando abriram uma na sua aldeia, escola que frequentou por dois anos apenas, porque tinha de trabalhar no campo. Foi quando se alfabetizou e aprendeu a ler e falar francês, pois em sua casa se falava um dialeto regional.

Para seguir a vida religiosa, teve de enfrentar muita oposição de seu pai. Mas com a ajuda do pároco, aos vinte anos de idade ele foi para o Seminário de Écully, onde os obstáculos existiam por causa de sua falta de instrução.

Foram poucos os que vislumbraram a sua capacidade de raciocínio. Para os professores e superiores, era considerado um rude camponês, que não tinha inteligência suficiente para acompanhar os companheiros nos estudos, especialmente de filosofia e teologia. Entretanto era um verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé em Cristo.

Em 1815, João Maria Batista Vianney foi ordenado sacerdote. Mas com um impedimento: não poderia ser confessor. Não era considerado capaz de guiar consciências. Porém para Deus ele era um homem extraordinário e foi por meio desse apostolado que o dom do Espírito Santo manifestou-se sobre ele. Transformou-se num dos mais famosos e competentes confessores que a Igreja já teve.

Durante o seu aprendizado em Écully, o abade Malley havia percebido que ele era um homem especial e dotado de carismas de santidade. Assim, três anos depois, conseguiu a liberação para que pudesse exercer o apostolado plenamente. Foi então designado vigário geral na cidade de Ars-sur-Formans. Isso porque nenhum sacerdote aceitava aquela paróquia do norte de Lyon, que possuía apenas duzentos e trinta habitantes, todos não-praticantes e afamados pela violência. Por isso a igreja ficava vazia e as tabernas lotadas.

Ele chegou em fevereiro de 1818, numa carroça, transportando alguns pertences e o que mais precisava, seus livros. Conta a tradição que na estrada ele se dirigiu a um menino pastor dizendo: "Tu me mostraste o caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu". Hoje, um monumento na entrada da cidade lembra esse encontro.

Treze anos depois, com seu exemplo e postura caridosa, mas também severa, conseguiu mudar aquela triste realidade, invertendo a situação. O povo não ia mais para as tabernas, em vez disso lotava a igreja. Todos agora queriam confessar-se, para obter a reconciliação e os conselhos daquele homem que eles consideravam um santo.

Na paróquia, fazia de tudo, inclusive os serviços da casa e suas refeições. Sempre em oração, comia muito pouco e dormia no máximo três horas por dia, fazendo tudo o que podia para os seus pobres. O dinheiro herdado com a morte do pai gastou com eles.

A fama de seus dons e de sua santidade correu entre os fiéis de todas as partes da Europa. Muitos acorriam para a paróquia de Ars com um só objetivo: ver o cura e, acima de tudo, confessar-se com ele. Mesmo que para isto tivessem de esperavam horas ou dias inteiros. Assim, o local tornou-se um centro de peregrinações.

O Cura de Ars, como era chamado, nunca pôde parar para descansar. Morreu serenamente, consumido pela fadiga, na noite de 4 de agosto de 1859, aos setenta e três anos de idade. Muito antes de ser canonizado pelo papa Pio XI, em 1925, já era venerado como santo. O seu corpo, incorrupto, encontra-se na igreja da paróquia de Ars, que se tornou um grande santuário de peregrinação.

São João Maria Batista Vianney foi proclamado pela Igreja Padroeiro dos Sacerdotes e o dia de sua festa, 4 de agosto, escolhido para celebrar o Dia do Padre.